Pessoalismos 26 [escritos autobiográficos10]
"Nunca tive ideias sobre um assunto qualquer, que não buscasse logo ter outras. Achei sempre bela a contradição, assim como criador de anarquias me pareceu sempre o papel digno de um intelectual, dado que a inteligência desintegra e a análise estiola.
Procurei sempre ser espectador da vida, sem me misturar nela. (...)
Não tenho rancor a quem provocou isto. Eu não tenho rancores nem ódios. Esses sentimentos pertencem àqueles que têm um opinião, ou uma profissão ou um objectivo na vida. Eu não tenho nenhuma dessas cousas. Tenho na vida o interesse de um decifrador de charadas. Paro, decifro e passo adiante. Não emprego nenhum sentimento. Mas eu não tenho princípios. Hoje defendo uma cousa, amanhã outra. Mas não creio no que defendo hoje, nem amanhã terei fé no que defenderei. Brincar com as ideias e com os sentimentos pareceu-me sempre o destino supremamente belo. Tento realizá-lo quanto posso." [Fernando Pessoa]
Procurei sempre ser espectador da vida, sem me misturar nela. (...)
Não tenho rancor a quem provocou isto. Eu não tenho rancores nem ódios. Esses sentimentos pertencem àqueles que têm um opinião, ou uma profissão ou um objectivo na vida. Eu não tenho nenhuma dessas cousas. Tenho na vida o interesse de um decifrador de charadas. Paro, decifro e passo adiante. Não emprego nenhum sentimento. Mas eu não tenho princípios. Hoje defendo uma cousa, amanhã outra. Mas não creio no que defendo hoje, nem amanhã terei fé no que defenderei. Brincar com as ideias e com os sentimentos pareceu-me sempre o destino supremamente belo. Tento realizá-lo quanto posso." [Fernando Pessoa]
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home