How I wish... How I wish I was there... (1)
Do pouco que pude ver na BBC, os Pink Floyd tiveram dos melhores momentos da noite, de nos deixar de pêlos completamente eriçados. «Wish you were here» e «Comfortably numb» cantados por esse «bunch of good old fellas» que tinham uma emoção no olhar como vi em poucos. E vozes potentes e graciosamente límpidas, a pôr as de Elton John ou Paul Macartney a um canto. Não consigo deixar de pensar na pose deles. Nunca os vi ao vivo ou em DVD's, e daí a «descoberta». A calma destes senhores quase-velhotes, tão diferente da irreverência dos dinossáuricos Rolling Stones, fez-me pensar, e muito. Do mais que vi, retive a bem merecida menção de Bill Gates a Tony Blair e Gordon Brown, a esperança no olhar de Kofi Anand, e a ternura de Annie Lenox no final, linda como só uma mulher pode ser.
Não sei se estes concertos vão mudar muito, mas esse é o ângulo errado de ver a questão. Indepedentemente de haver mudanças significativas a curto prazo, cumpriu-se o que se pretendia. É certo e seguro que amanhã irá tudo para casa pensar nos mesmos velhos problemas: a casa para pagar, o carro para pagar, as férias para pagar. E quando se falar em acabar com a pornografia das barreiras ao comércio, lá virão os agricultores manifestar-se, mais os que trabalham nos têxteis e os demais prejudicados. É que ser justo não é fácil, e quando nos toca a nós a maior injustiça é sempre a que sofremos. Não havendo verticalidade para aceitar o sofrimento que a justiça acarreta, só se poderá esperar alguma mudança quando a falta de conforto material não proporcionar tanto sofrimento e inquietação. Enquanto continuarmos a olhar para o vizinho do lado e pensar no automóvel e na casa que ele tem e na sua aparente felicidade não haverá concertos que mudem o mundo. Assinem aqui.
Não sei se estes concertos vão mudar muito, mas esse é o ângulo errado de ver a questão. Indepedentemente de haver mudanças significativas a curto prazo, cumpriu-se o que se pretendia. É certo e seguro que amanhã irá tudo para casa pensar nos mesmos velhos problemas: a casa para pagar, o carro para pagar, as férias para pagar. E quando se falar em acabar com a pornografia das barreiras ao comércio, lá virão os agricultores manifestar-se, mais os que trabalham nos têxteis e os demais prejudicados. É que ser justo não é fácil, e quando nos toca a nós a maior injustiça é sempre a que sofremos. Não havendo verticalidade para aceitar o sofrimento que a justiça acarreta, só se poderá esperar alguma mudança quando a falta de conforto material não proporcionar tanto sofrimento e inquietação. Enquanto continuarmos a olhar para o vizinho do lado e pensar no automóvel e na casa que ele tem e na sua aparente felicidade não haverá concertos que mudem o mundo. Assinem aqui.
3 Comments:
Grazie, Abruta. Hoje passei a manhã toda a cantar esses 2 temas na rua, parecia um maluquinho autêntico... mas se não for o sonho a comandar a vida, então é porque somos meros animais.
By T. M., at 1:19 da tarde
(Pink Floyd é um grupo absolutamente intemporal!Infelizmente nunca vi ao vivo, mas vi DVD, e tenho alguns CD´s..)
Tb não acompanhei mt do Live8, mas do que vi, posso dizer que fiquei completamente arrepiada com a actuação da Annie Lennox, a cantar e tocar ao piano aquela música lindíssima do refrão: «Tell me...why?..»...
E outro momento que retenho...Will Smith a falar. Já nao sei em qual das cidades ele estava, mas as palavras dele ecoaram pelos ecrãs de todas as cidades dos concertos (e de todas as cidades que o estivessem a ver via TV tb). A dada altura disse «todos a estalar os dedos. Todos com a mão no ar - muitas mostrando as pulseiras da campanha «One». E, nesse momento, pelo nosso ecrã iam passando imagens de todas as cidades, e em todas víamos a mesma imagem, a mesma união, a mesma mensagem, os mesmos ideias. Não se percebia se eram as mãos dos italianos, dos ingleses, dos americanos...Eram simplesmente as mãos de todo o Mundo. E as nossas também. «One». (A música tem destes milagres...)
By Anónimo, at 1:28 da tarde
Não vi a actuação da Annie Lenox, com pena, só o final, em que se via tanta coisa na expressão dela, mais que em muitos outros (sobretudo no Paul Macartney). O Will Smith acho que esteve nos States, em Philadelphia, mas não vi isso. Mas imagino...
By T. M., at 1:31 da tarde
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