Relationships (19)
[And now for something deadly provocative... - Part 3/3]
«Sabe quem são os misóginos mais violentos? As mulheres (...) Porque pensam vocês que elas se esforçam por nos seduzir? Unicamente para poderem desafiar e humilhar as suas congéneres. Deus inculcou no coração das mulheres o ódio pelas outras mulheres porque queria que o género humano se multiplicasse.»
[Milan Kundera, O livro dos amores risíveis]
«Sabe quem são os misóginos mais violentos? As mulheres (...) Porque pensam vocês que elas se esforçam por nos seduzir? Unicamente para poderem desafiar e humilhar as suas congéneres. Deus inculcou no coração das mulheres o ódio pelas outras mulheres porque queria que o género humano se multiplicasse.»
[Milan Kundera, O livro dos amores risíveis]
posted by T. M. at
2:10 da manhã
6 Comments:
Vou esperar mais um tempo antes de reagir à reacção à provocação do sr. Kundera, que sendo uma provocação tem muiiiiiiito sentido, e muito que se lhe diga.
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T. M., at 10:57 da tarde
(risos)
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jmnk, at 12:52 da tarde
1. Um casal A de namorados está no metro. Entra outro casal, B, ele e ela giríssimos. Para quem olha o homem do casal A? Para a mulher, claro. E a mulher do casal A? Para a mulher, também. POrquê? Para ver porque é que aquela c***a é tão gira e bem vestida. Depois talvez olhe para ele. Mas é para ela que ela vai lançar o seu olhar venenoso que apre(e)ndíamos nas novelas brasileiras desde pequenos.
2. Um casal vai a um casamento de amigos. Qual o stress do homem? Estar acompanhado e ter que olhar para os vestidos das outras com cuidado. E o stress da mulher? 1) Que haja outra gaja com um vestido IGUAL a ela, 2) que haja outra gaja com um vestido MAIS GIRO que o dela. Gastam semanas (em geral duas) à procura do tal vestido que vai arrasar a concorrência. Não necessariamente que vai agradar aos homens, mas que vai ser MUITO MAIS GIRO que o das outras todas (aquelas c***as).
3. Pessoa A começou a namorar com C só para chatear a pessoa B com quem namorara antes. Pergunta: é mais provável que A seja homem ou mulher?
4. Quem é que se costuma zangar - entre amig@s - por questões de namorad@s e do sexo oposto?
5. O homem quando flirta, é porque quer mesmo a mulher que flirta. Secretamente, se possível. Ok, depois vai a correr contar aos amigos. A mulher, ao contrário, procura é seduzir em PUBLICO, provando às outras c***as que é muito melhor que elas.
COmo dizia Oscar WIlde:
"A woman will flirt with anybody as long as there is someone watching."
CLARO que isto são tudo "generalizações" e que há meios termos, e isso tudo. Mas é inegável - e isto vem como sempre do falocentrismo da nossa sociedade e do homem ter "ditado" as regras durante muito tempo - que as mulheres são muito mais "COMPETITIVAS" entre elas, e que isso não raro chega ao veneno e ao odiozinho de estimação.
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T. M., at 1:02 da tarde
E essa competição, escusado será dizer, é óptima para os homens. POr isso, só para nos chatear, sejam menos competitivas e dêem cabo de nós como deve ser. Mas se possível com os tais vestidinhos curtos e bem giros.
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T. M., at 1:04 da tarde
[O menino jmnk anda a ver uns blogs muito giros (lolololol)] ;)
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T. M., at 1:05 da tarde
So' agora a folhear (online) o Expresso ultimo, vejo este artigo de "Bomba Inteligente" sobre o mesmo tema. Ela ha coincidencias...
"As mulheres mais desagradáveis são as que ostensivamente desprezam qualquer mulher. Muitas há para quem a presença de outras mulheres é simplesmente insuportável. Nem os homens que desprezam as mulheres - misóginos por terem medo, serem ressentidos ou simplesmente mal-educados - são criaturas tão estranhas. Mesmo assim, é provável que essas mulheres tenham amigas.
As mulheres podem ser genuinamente amigas umas das outras? A resposta a uma pergunta tão geral é, naturalmente, sim. Basta que haja um caso de sucesso para que respondamos afirmativamente. Mas a pergunta séria talvez seja esta: como podem as mulheres, naturalmente competitivas, ser amigas umas das outras? Sei que podem (acreditem em mim) e quanto mais depressa perceberem a realidade da competição, mais profunda e duradoura será a sua amizade. Sempre complicada, mas sincera na sua complicação. Não se trata de as mulheres serem incapazes de manter amizades entre elas, mas de ser verdade que são sempre amizades complicadas.
Como tenho uma Carrie Bradshaw dentro de mim e o mesmo número de pares de sapatos, afirmo que existem regras básicas para a manutenção da amizade entre as mulheres: lealdade canina e evitar aparecer com um vestido igual. E não, o contacto não pode ser esporádico, ao contrário do que se passa com os homens. A amizade entre as mulheres obriga a frequência e intensidade. Os grupos de mulheres amigas - quatro ou cinco - são temidos por darem a ideia de serem grupos fechados, para os quais nada mais importa. Aproveito para dizer que a ideia é correcta. Aquilo que os estranhos ao grupo das amigas temem - e bem - é a necessária partilha de informação existente entre todas. Todas sabem muitas coisas sobre todas as outras. À medida que o tempo passa, as informações aumentam, a relação aprofunda-se e liberta-se. A amizade consolida-se e torna-se ela própria uma carga de trabalhos: um motivo de grande alegria e angústia. Mais do que numa relação amorosa, as mulheres estão mais vulneráveis numa relação de amizade com outra mulher. A quebra dessa amizade pode ser mais dolorosa do que o fim de um amor, sobretudo se este for superficial ou breve. Talvez tudo se resuma a um problema de expectativa: as mulheres esperam pouco dos relacionamentos amorosos (exemplo: «os homens são todos iguais») e muito das amigas (exemplo: «ela é como eu e nunca me mentiria»). Talvez seja natural. Não significa que esteja certo e muito menos que seja bom.
A mulher não tem possibilidade de plural, embora seja gramaticalmente regular. A individualidade e as diferenças de personalidade e de gosto fazem da mulher única, algo que só complica se pensarmos nas suas relações com os outros, nomeadamente com as outras, únicas como ela. O plural de homem é indiscutível em todos os sentidos, o que só facilita. Há mulheres inteligentes, burras, fiéis, infiéis, egocêntricas, desinteressadas. Como os homens, embora elas possam ser tudo isso ao mesmo tempo e ainda mais numa só e - pesadelo - quando menos se espera. No momento impossível de prever percebemos a individualidade da mulher, que defende o que é mais importante, sendo por isso - se podemos defini-la - amoral. Raramente as inteligentes são amigas de longa data das burras, mesmo que as inteligentes sejam por vezes burras e as burras, quando menos se espera, inteligentes. Enfim, as mulheres são qualquer coisa menos simples. Às vezes, nem eu própria percebo.
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T. M., at 4:03 da tarde
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