aforismos e afins

25 dezembro 2005

Leitura liberal

Algo contra-a-corrente, este excelente texto de Ralf Dahrendorf, no Público de hoje. Excerto (texto completo aqui):
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«Para que sociedades livres floresçam, as fronteiras da liberdade de expressão devem sempre ser alargadas em vez de reduzidas. No meu ponto de vista, a negação do Holocausto não deve ser ilegalizada, em contraste com apelos para que sejam assassinados todos os judeus - ou um que seja. Da mesma forma, ataques contra o Ocidente em mesquitas, por mais ferozes que sejam, não devem ser proibidos, em contraste com o encorajamento aberto para a adesão a esquadrões da morte suicidas. (...) .A liberdade de expressão é imensamente preciosa, tal como a dignidade e a integridade dos seres humanos. Ambas necessitam de cidadãos activos e alerta que confrontam aquilo de que não gostam em vez de esperarem que o Estado o reprima. O incitamento directo à violência é visto - como devia ser - como um inaceitável abuso da liberdade de expressão; mas muito do que é desagradável sobre os David Irvings e os pregadores de ódio não cai nesta categoria. As suas palavras de ódio devem ser rejeitadas com argumentos, não com polícia e prisões.»