aforismos e afins

31 julho 2005

Presidenciais (5)

«Sucede infelizmente que a Presidência da República exige um homem, e um homem com carácter; exactamente o oposto de um produto publicitário, de um ministro serviçal ou de um maquiavel de saguão. E homens não há. Excepto os dois que há.»
Diz VPV na sua crónica de hoje no Público online ou offline.

2 Comments:

  • «ÃO HÁ MAIS NINGUÉM?

    «Muita gente lamenta que a escolha para Belém esteja limitada a duas figuras, por assim dizer, "históricas" do regime. Soares já foi duas vezes primeiro-ministro (pouco tempo) e duas vezes Presidente, Cavaco já foi uma vez primeiro-ministro (uma eternidade) e uma vez candidato a Presidente. Soares tem 80 anos, Cavaco 65. Parece que depois deles falta uma geração inteira. Onde se meteu a gente dos 40 e 50 anos, que devia agora tomar conta do país, com força, com experiência e uma visão nova? Como se explica a esterilidade desta democracia que em 2005, maior e vacinada, volta em desespero ao seu fundador e ao "pai" do Portugal "moderno" (que entretanto caiu num buraco sem fundo)? Existe alguma razão especial para a pobreza humana da nossa política?

    Vejamos, para começar, o que os partidos produziram. O PS produziu Constâncio, Sampaio (que lá chegou a Presidente), o eng. Guterres, Ferro e Sócrates. Fora esta colecção pouco inspiradora, o PS não deixou crescer nenhum grande talento e pôs na rua o melhor que por lá passou. A história do PSD é quase a mesma. Cavaco só queria "ajudantes", não queria parceiros. Do seu longo consulado não saiu ninguém com autoridade e prestígio. Nogueira, Marcelo, Barroso e Santana acabaram por ser o resultado do vácuo que o "cavaquismo" criou.

    O modelo português de um chefe de partido ou de governo omnipotente, que escolhe uma corte de fiéis subordinados, liquida ao seu arbítrio quem o incomoda e nem sequer responde perante um verdadeiro parlamento é fatalmente uma pequena mina de mediocridades.
    Soares tinha e tem convicções, que o fizeram e o levaram até onde o levaram: a democracia e a "Europa".

    Cavaco tinha e tem convicções, que o fizeram e o levaram até onde o levaram: a "modernização" e o "justicialismo". Mas nenhum político se pode hoje permitir a extravagância da menor convicção. Para "subir", precisa de "apoiar" sempre o partido e aprovar sempre o chefe do partido. Publicamente, claro. Em privado, a mentira, a intriga e uma traiçãozinha ou outra são indispensáveis. Quem sobrevive, sobrevive assim: como no "estalinismo".

    Sucede infelizmente que a Presidência da República exige um homem, e um homem com carácter; exactamente o oposto de um produto publicitário, de um ministro serviçal ou de um maquiavel de saguão. E homens não há. Excepto os dois que há.»

    By Anonymous Anónimo, at 2:40 da tarde  

  • O Comércio do Porto ainda vive. Leiam-nos em ocomerciodoporto.blogspot.com

    By Anonymous Anónimo, at 6:59 da tarde  

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