Maldita cocaína (1)
Há duas forças grandes que fazem girar o mundo. Uma é o «politicamente correcto» - PC. Outra é a «dor de cotovelo» - DDC. Em certa perspectiva, elas até estão relacionadas. O PC existe como forma de ultrapassar certa DDC - de não poder soltar a língua como (por exemplo) o VPV. [Note-se que é condição necessária para haver PC que haja consciência: por isso as «vituperices» da velhice aguda não contam].
O PC dita que a cocaína da Kate Moss é maldita. A DDC dita que ela é «magra», ou melhor - e mais fashion - que é «magrééérrima»
(que horror). Pois enganem-se: a menina de «magrérrima» não tem nada. As meninas é que são umas invejosas (consequentemente) relativistas. Ela é magra no sentido objectivo do termo, mas não pejorativo. Melhor falar em inglês, para a gente se entender: ela é «slim» (elegante) mas não «skinny» (escanzelada).
Em Inglaterra, uma loja de roupa para mulheres resolveu alterar a numeração dos tamanhos da roupa, aumentando a talha mas mantendo os números! Uma mudança de escala, no fundo. Mas as inglesas (pudera!) ficaram todas contentes, mesmo sabendo da marosca. So much for rational expectations! Elas afirmam, contentes, que ainda vestem um tamanho 16! Apesar de serem umas bolas enormes (e em expansão), mantém o mesmo número!
Uma das justificações avançadas por uma psicóloga (gordíssima, portanto com verdadeiros in-sights) é que apesar de elas saberem do «truque», os (supostos) namorados não toparão a marosca e elas então sentir-se-ão mais «confiantes» nos momentos íntimos. No fundo, a ilusão aumentaria a «auto-estima». Por este andar, bastará ajustar os números à medida kilogrâmica dos tempos.
Parece que se celebrou há dias o dia da saúde, ou da obesidade. Gosto da expressão "obesidade mórbida", talvez por me recordar o brilhante "Seven". Imagino aqueles gordos enormes a rebentarem pelas costuras assim que ouço a palavra "mórbida". Os gordos têm direito a ser gordos e, claro, têm direito à vida. Mas, caros, não esqueçamos a origem das coisas: quando o homem era apenas um («bom» ou «mau», escolha o leitor) selvagem, mero caçador e recolector, não havia cá dessas coisas. Os gordos vieram com a civilização e o famigerado "bem-estar". Muito bem. Nada de paternalismos. Mas nada de vitimizações também. Aguentem-se.
E, mais pó branco menos pó branco, viva a Kate Moss.
O PC dita que a cocaína da Kate Moss é maldita. A DDC dita que ela é «magra», ou melhor - e mais fashion - que é «magrééérrima»
(que horror). Pois enganem-se: a menina de «magrérrima» não tem nada. As meninas é que são umas invejosas (consequentemente) relativistas. Ela é magra no sentido objectivo do termo, mas não pejorativo. Melhor falar em inglês, para a gente se entender: ela é «slim» (elegante) mas não «skinny» (escanzelada).
Em Inglaterra, uma loja de roupa para mulheres resolveu alterar a numeração dos tamanhos da roupa, aumentando a talha mas mantendo os números! Uma mudança de escala, no fundo. Mas as inglesas (pudera!) ficaram todas contentes, mesmo sabendo da marosca. So much for rational expectations! Elas afirmam, contentes, que ainda vestem um tamanho 16! Apesar de serem umas bolas enormes (e em expansão), mantém o mesmo número!
Uma das justificações avançadas por uma psicóloga (gordíssima, portanto com verdadeiros in-sights) é que apesar de elas saberem do «truque», os (supostos) namorados não toparão a marosca e elas então sentir-se-ão mais «confiantes» nos momentos íntimos. No fundo, a ilusão aumentaria a «auto-estima». Por este andar, bastará ajustar os números à medida kilogrâmica dos tempos.
Parece que se celebrou há dias o dia da saúde, ou da obesidade. Gosto da expressão "obesidade mórbida", talvez por me recordar o brilhante "Seven". Imagino aqueles gordos enormes a rebentarem pelas costuras assim que ouço a palavra "mórbida". Os gordos têm direito a ser gordos e, claro, têm direito à vida. Mas, caros, não esqueçamos a origem das coisas: quando o homem era apenas um («bom» ou «mau», escolha o leitor) selvagem, mero caçador e recolector, não havia cá dessas coisas. Os gordos vieram com a civilização e o famigerado "bem-estar". Muito bem. Nada de paternalismos. Mas nada de vitimizações também. Aguentem-se.
E, mais pó branco menos pó branco, viva a Kate Moss.
12 Comments:
Olá,
O alterar dos tamanhos das vestimentas para fazer crer às misses que ainda estão magrinhas chama-se "vanity sizing". E realmente o ego agradece.
By Anónimo, at 2:55 da tarde
viva a kate moss sim, e principalmente, deixem-se de merdas! quem é que, tendo dinheiro e/ou a fama dela, não dá na coca?
By ana, at 4:57 da tarde
Olá Joana: obrigado pela dica qto ao "vanity sizing" - I guess I have to read more girls magazines ;)
Menina Ana: calma! não tentes reduzir esse consumo a uma "inevitabilidade" dos ricos e famosos, como se fosse condição necessária e suficiente para snifar coca ser rico e/ou (gosto sempre da exactidão do "e/ou", cara colega cientista) famoso!
Don't forget there's something called "free will". Mas lá que há incentivos extra quando se está no "meio", acredito que sim...
By Tiago Mendes, at 7:14 da tarde
Olá Tiago,
Não conheço o nome da coisa através de uma chick magazine, mas através do "Today Show", da NBC. Foi assim que, entre golinhos de café, descobri porque é que nos EUA sou um tamanho tão pequeno. Chegar a Portugal e ir às compras é que me dá cabo da ilusão. Uma chatice...
About reading the chick magazines... cool. You'd be amazed at the knowledge hidden in those things - ha ha ha!
Cheers.
By Anónimo, at 10:30 da tarde
Ah, já temos uma coisa em comum! Eu que sou mediano para Portugal (1.71, 67 kg) aqui em Inglaterra visto quase sempre o EXTRA-SMALL!!
E ponho-me a pensar se não haverá tipos mais pequenos do que eu... poor guys. Mas, estás a ver, a mim o efeito é contrário, eu até prefiro comprar coisas de tamanho "médio" em Portugal :)
Qto às revistas de babes... de vez em quando dou uma olhadela, sinceramente mais para ver a publicidade do que os artigos, que aquilo é sempre a mesma cantilena quanto a engates e truques baratos... que de resto quase nunca são postos em prática (a não ser nos livros da menina Rebelo Pinto, claro).
O que eu gosto mesmo nas revistas de gajas é que só têm fotos de gajas, não há nada sobre gajos!! Às vezes podia haver uma fotita dum gajo bom, mas não. As gajas gostam mesmo é de picar-se umas às outras, invejar-se, e olhar para a magreza alheia com désdém.
Não há coisa tão bonita como a misoginia das mulheres... nem a mais elaborada misantropia chega a tanto ;)
PS: como deste com isto, if I may ask?
By Tiago Mendes, at 10:37 da tarde
Ha ha ha! So size does matter!
Yes, you may. Acho que através d' "A Destreza das Dúvidas", where I'm a regular com direito a mesa (sou amiga do LA-C). Falem-me em economia descontraída que eu estou p'rás curvas. E gosto de saber em que mais se ocupam as cabecinhas de fellow econ grad students.
By Anónimo, at 8:39 da tarde
Ah! Então és amiga do LA-C, muito bem, está desvendado o mistério :)
Eu acho que os economistas não são assim tão má rÊs, apesar das "strong assumptions" que atiram para todo o lado e para toda a gente.
De resto, eu só posso falar por mim, e pelo que passa pela minha cabecinha... muito bem filtradinho é o que se pode espreitar nestes arrojos de publicações quase espontâneas e nunca irreflectidas.
Confused??
By Tiago Mendes, at 8:57 da tarde
Damn, no more mistery...
Economists are a very charming species. Quanto às strong assumptions, lembro-me sempre daquela anedota em que estão o economista, o engenheiro, e o arquitecto presos numa ilha com uma lata de conservas mas sem o indispensável abre-latas.
As tuas investidas pelos meandros da tua cabeça divertem-me muito. Keep it up, because I now have high expectations. Não lhes chamaria racionais, mas... que lhes chamarias tu?
E confusa? Nope.
By Anónimo, at 9:48 da tarde
Quanto a expectativas e outros pensamentos dos outros... nada de paternalismos é a minha regra sagrada quanto à sua interpretação, sorry :)
Só arrisco alguma coisa quando tenho mais alguma informação adicional. A menina ser amiga do LA-C desvenda o mistério muito rápido, de facto! E põe-me um bocado de responsabilidade em cima, tás a ver? Amiga de um amigo-blogger... ;)
QUanto a economistas, eu diria que a maioria dos economistas são uma seca - porque não o são na realidade. Mas acho que os verdadeiros economistas, aqueles "witty" little guys, como o Krugamn, o Levitt, o Landsburg, e outros, são fascinantes, porque vêem o mundo com olhos que outros não vêem. E têm esse lado "demiúrgico", digamos assim. Como os que fazem as grandes obras, como o Pasolini dos "Saló ou os 120 dias de Sodoma".
Quanto a investidas psicanalíticas... já escrevi muito sobre isso no passado (vê archives Junho-Julho se tiveres pachorra). E os comments no post "Separador" e nos da Kate Moss. E afins, claro!
By Tiago Mendes, at 10:11 da tarde
Ok.
That you take economists with a pinch of salt pleases me. Mais dois pontos.
Vou dar um passeio pelos teus posts anteriores. Até à vista.
By Anónimo, at 11:04 da tarde
Espero que não te tenhas importado do coy-paste (mesmo sem os títulos...não tinha tempo pra tanto).
É que está mesmo demasiado bom. E é melhor publicidade que um mero link. Keep up the good work.
Abc
By Pedro, at 12:54 da tarde
A Kate é linda, e dar a coca é um pormenor, se os pobres se esfolam para a ter imagino os ricos...Devem tomar banho nela... banhos de coca....
Enfim...Ana concordo contigo. Acho até mais, a grande maioria das caras conhecidas do nosso pais e do mundo devem ter autenticos bank
quetes de fruta...
By Anónimo, at 4:16 da manhã
Enviar um comentário
<< Home