aforismos e afins

23 junho 2005

João Pereira Coutinho

Falou esse grande cronista da República e disse:

«REINA em Portugal a confusão triste de olhar para uma crónica como uma mini-tese de inabalável valor científico, que não revela uma verdade - mas a Verdade. Lamento, não é para mim. Uma crónica vale como crónica: pelo humor, pelo estilo, por uma particularíssima visão das coisas que não reclama nenhuma espécie de estatuto especial. Ela surge apenas como oásis entre desertos: entre reportagens, números e factos - e deve ser tão fácil de ler como de esquecer. É uma espécie de bar, onde o leitor pode beber um copo antes de seguir caminho. Um cronista, no fundo, não passa disto: uma espécie de barman das rotativas.»

1 Comments:

  • E o cronista Vasco Pulido Valente é aquela bebida amarga que se gosta de vez em quando, dependendo dos dias. Mas sempre se quer provar, porque é de uma subtileza e raridade absoluta. É um bocado o típico barman mal-disposto, é isso mesmo.

    By Blogger Tiago Mendes, at 12:31 da manhã  

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