O coming out a um «conservador-liberal»
No seguimento do que escreveu Henrique Raposo, tentei imaginar um coming out ("assumir-se") a um típico «conservador-liberal».
É mero folhetim - nada de mais. Com uma pitada imprescindível de diálogo Socrático. Espero que não leves a mal, caro Henrique.
HR: Então J., estás bom?
J: Tudo bem, Henrique... precisava de te contar uma coisa, pá...
HR: Conta, homem. É coisa séria?
J: (tímido) É um bocado... tenho vindo a descobrir... sabes... ontem fui a um bar gay...
HR: Não há bares gay.
J: (fingindo não ouvir) ...fui a um bar gay com uns amigos gay e hetero, e...
HR: Não há gays.
J: (admirado, mas continuando) ...acho que sou gay.
HR: Não conheço nenhum gay.
J: (perplexo) Nenhum?!? Mas se eu te estou a dizer que sou gay...
HR: Nunca houve nem nunca haverá gays. É impossível.
J: (confuso) ...impossível?!? Como assim?
HR: Eu tenho que te dizer isto: isso de seres gay não é possível.
J: (algo nervoso) Mas Henrique... eu acho que eu sou mesmo gay... claro que percebo que estejas surpreendido...
HR: Isso que dizes é impossível.
J: (algo irritado) Achas que sou heterossexual com apenas com alguns desvios, é isso?
HR: Também não há heterossexuais.
J: (perdendo o controlo) Ó Henrique... então somos todos umas amibas assexuadas, é? Pareces o César das Neves a falar!...
HR: Não conheço nenhum homossexual nem nenhum heterossexual. Os termos não são adequados. O que há são actos sexuais, mas não identidades sexuais.
J.: (em descontrolo) Adequados?!? Mas em que mundo é que tu vives, Henrique? Uma coisa é ser conservador, outra coisa é negar a realidade social à tua volta e o significado que as palavras têm no contexto onde todos vivemos e onde todos nos compreendemos, onde todos somos...
HR: Eu sou um liberal puro, meu caro. Para mim a individualidade é sagrada e está acima dessas coisas todas.
J: (em estado delirante) Mas como? Que individualidade é essa que pretendes? Uma construção puramente teórica? Então e o «No man is an island» do John Donne, não te diz nada? E o eu que só existe porque há o tu e o outro, de que fala o Vergílio Ferreira? Que indivíduo é esse de que falas?
HR: Um indivíduo que não precisa desses grupos histéricos para construir a sua identidade. Isso são não-indivíduos, membros privados de uma causa colectiva. Isso eu não posso - coerentemente - respeitar.
J: (em desespero) Mas um liberal não é suposto ser tolerante?
HR: Sim. Excepto perante aqueles que não se respeitam a si próprios. Esses não podemos respeitar.
J: (quase irado) Mas que direito tens tu a decidir sobre o respeito-próprio dos outros? Isso não vai contra o princípio básico do não-paternalismo? Não deve ser o indivíduo a decidir se se está a respeitar a ele próprio ou não? Não é com base nesse tipo de argumentos que começam todos os tipos de totalitarismos, para libertar o homem de si próprio? Foi o que eu li num livro que me emprestaste há tempos...
HR: Meu caro, para isso tínhamos que discutir o jus-naturalismo. O que eu quero que entendas é que como liberal-clássico, a individualidade é uma pedra basilar da minha estrutura valorativa. E não há identidades sexuais, quer sejam homossexuais quer heterossexuais. Há uma diferença entre Fazer actos homossexuais e Ser-se homossexual. É a diferença entre um indivíduo que merece respeito e um membro passivo de qualquer coisa que pensa por ele.
J: (desistindo) Essa pureza... não sei que te diga. Então não há qualquer tipo de identidade, é isso? O tipo sociólogo, o antropólogo, e o filósofo amigos que foram comigo ao tal bar gay andam a estudar coisas imaginárias, é? Não há «tribos», nem «grupos sociais», nem «being-in-the-world», o homem descobre-se a si próprio sozinho, no meio do nada... é isso? Está bem. E pensava eu que os economistas eram os tipos mais reduccionistas à face da terra, afinal há concorrência... Eu a pensar que esses platonismos estavam desacreditados há dezenas de anos...
HR: Ouve isto: esses tipos histéricos e exibicionistas dessas organizações querem simplificar as coisas de modo a que qualquer pessoa sobre a sua alçada não passe de um soldado no meio do exército para essa luta libertadora que eles querem impor à sociedade. Percebeste? Os «gays» deles não são indivíduos, são carne para canhão. Isso eu não posso respeitar.
J: (com ar aflito e tentando interromper) Mas Henrique, estás a generalizar de forma preconceituosa...
HR: (interrompendo) Desculpa, mas não estou. Respeito e sou amigo de quem faz actos homossexuais. Mas deixa-me dizer-te que estou cansado dessa coisa politicamente correcta de vir defender as «vítimas». Eles é que começam mal, desde logo por não terem maneiras e quererem fazer do corpo um assunto público... um acto, aliás, profundamente bárbaro.
J: (desagradado) Bárbaro...? Tu chamas, do alto da tua posição distante e imparcial, um acto bárbaro tentar reinvindicar uma maior igualdade de direitos? Mas afinal és liberal ou tens aí uma séria e escondida veia reaccionária, que te faz ter dificuldade em falar destas coisas?
HR: J. A ver se nos entendemos. Eu sou um liberal-conservador. Ou melhor, sou um conservador-liberal. Espera... ah... sim, sou um «liberal-conservador», isso. De resto, como todos os liberais deveriam ser. Não sou reaccionário coisíssima nenhuma.
J: (desistindo) Bom, das tuas identidades sabes tu... e eu, ao contrário de ti, não vou dizer que tu usas esses epítetos A ou B com vontades grupais e que reduzes a tua pessoa ao escolheres esses nomes pomposos, e que não tens identidade e essa conversa toda. Tu para mim podes apelidar-te do que quiseres que hás-de ser sempre o Henrique que eu conheço, apenas tentando descrever-se a ele próprio... tendo em conta o mundo onde vive e onde se reconhece. De resto, eu só queria dizer-te que descobri que afinal gosto de homens... nada mais.
HR: Ah, é verdade... isso tudo bem. Sabes que sou um gajo aberto de espírito. E sou amigo de quem faz actos homossexuais. Nada muda entre nós. Mas não me venhas com isso de «seres gay».
J: (suspirando) Bom... ok. Que me dizes então se formos tomar um copo, a ver se arejamos um pouco a cabecinha? Abriu um novo bar gay muito giro há 2 semanas.
HR: (ofendido, irritado, irascível) Bolas, J.!!!! $&%$*%&$^*£"! Um bar gay, dizes tu! Tens que te livrar dessa forma redutora de ver o mundo! Essas simplificações matam uma pessoa e abrem caminho a que o marxismo ainda prolifere no meio de nós! Eu já te expliquei! Eu sou capaz de ir a (respirar fundo) um bar onde se encontram predominantemente - ainda que de forma espontânea, puramente acidental, na boa esteira Hayekiana, não imposta por qualquer autoridade central, mas sim resultante da livre interacção numa economia livre, onde as escolhas individuais são livres e responsáveis - pessoas cuja preferência sexual, hoje, mas não necessariamente ontem, nem necessariamente no futuro, se manifesta sobretudo por indivíduos do mesmo sexo, ainda que de forma não concretizada mas eventualmente apenas sonhada, quer seja de forma consciente, inconsciente, ou semi-consciente, e sem que isso impeça que se relacionem ocasionalmente com pessoas do sexo oposto, sem esquecer os casos mais raros mas não menos respeitáveis de híbridos transgenders e hemafroditas - isso está bem! Mas por favor não me digas simplesmente que vamos a um «bar gay»! Evita esses rótulos totalitários tão típicos da nossa esquerda folclórica!
J: (suspirando longamente) Pronto, deixa lá isso... Olha, e se fôssemos antes ver o filme sobre o relatório Kinsey? Dizem que é interessante, e podia ser que ficasses um pouco mais arejado...
HR: O relatório McKinsey? Mas isso deu em filme???
J: (silencioso). [...].
É mero folhetim - nada de mais. Com uma pitada imprescindível de diálogo Socrático. Espero que não leves a mal, caro Henrique.
HR: Então J., estás bom?
J: Tudo bem, Henrique... precisava de te contar uma coisa, pá...
HR: Conta, homem. É coisa séria?
J: (tímido) É um bocado... tenho vindo a descobrir... sabes... ontem fui a um bar gay...
HR: Não há bares gay.
J: (fingindo não ouvir) ...fui a um bar gay com uns amigos gay e hetero, e...
HR: Não há gays.
J: (admirado, mas continuando) ...acho que sou gay.
HR: Não conheço nenhum gay.
J: (perplexo) Nenhum?!? Mas se eu te estou a dizer que sou gay...
HR: Nunca houve nem nunca haverá gays. É impossível.
J: (confuso) ...impossível?!? Como assim?
HR: Eu tenho que te dizer isto: isso de seres gay não é possível.
J: (algo nervoso) Mas Henrique... eu acho que eu sou mesmo gay... claro que percebo que estejas surpreendido...
HR: Isso que dizes é impossível.
J: (algo irritado) Achas que sou heterossexual com apenas com alguns desvios, é isso?
HR: Também não há heterossexuais.
J: (perdendo o controlo) Ó Henrique... então somos todos umas amibas assexuadas, é? Pareces o César das Neves a falar!...
HR: Não conheço nenhum homossexual nem nenhum heterossexual. Os termos não são adequados. O que há são actos sexuais, mas não identidades sexuais.
J.: (em descontrolo) Adequados?!? Mas em que mundo é que tu vives, Henrique? Uma coisa é ser conservador, outra coisa é negar a realidade social à tua volta e o significado que as palavras têm no contexto onde todos vivemos e onde todos nos compreendemos, onde todos somos...
HR: Eu sou um liberal puro, meu caro. Para mim a individualidade é sagrada e está acima dessas coisas todas.
J: (em estado delirante) Mas como? Que individualidade é essa que pretendes? Uma construção puramente teórica? Então e o «No man is an island» do John Donne, não te diz nada? E o eu que só existe porque há o tu e o outro, de que fala o Vergílio Ferreira? Que indivíduo é esse de que falas?
HR: Um indivíduo que não precisa desses grupos histéricos para construir a sua identidade. Isso são não-indivíduos, membros privados de uma causa colectiva. Isso eu não posso - coerentemente - respeitar.
J: (em desespero) Mas um liberal não é suposto ser tolerante?
HR: Sim. Excepto perante aqueles que não se respeitam a si próprios. Esses não podemos respeitar.
J: (quase irado) Mas que direito tens tu a decidir sobre o respeito-próprio dos outros? Isso não vai contra o princípio básico do não-paternalismo? Não deve ser o indivíduo a decidir se se está a respeitar a ele próprio ou não? Não é com base nesse tipo de argumentos que começam todos os tipos de totalitarismos, para libertar o homem de si próprio? Foi o que eu li num livro que me emprestaste há tempos...
HR: Meu caro, para isso tínhamos que discutir o jus-naturalismo. O que eu quero que entendas é que como liberal-clássico, a individualidade é uma pedra basilar da minha estrutura valorativa. E não há identidades sexuais, quer sejam homossexuais quer heterossexuais. Há uma diferença entre Fazer actos homossexuais e Ser-se homossexual. É a diferença entre um indivíduo que merece respeito e um membro passivo de qualquer coisa que pensa por ele.
J: (desistindo) Essa pureza... não sei que te diga. Então não há qualquer tipo de identidade, é isso? O tipo sociólogo, o antropólogo, e o filósofo amigos que foram comigo ao tal bar gay andam a estudar coisas imaginárias, é? Não há «tribos», nem «grupos sociais», nem «being-in-the-world», o homem descobre-se a si próprio sozinho, no meio do nada... é isso? Está bem. E pensava eu que os economistas eram os tipos mais reduccionistas à face da terra, afinal há concorrência... Eu a pensar que esses platonismos estavam desacreditados há dezenas de anos...
HR: Ouve isto: esses tipos histéricos e exibicionistas dessas organizações querem simplificar as coisas de modo a que qualquer pessoa sobre a sua alçada não passe de um soldado no meio do exército para essa luta libertadora que eles querem impor à sociedade. Percebeste? Os «gays» deles não são indivíduos, são carne para canhão. Isso eu não posso respeitar.
J: (com ar aflito e tentando interromper) Mas Henrique, estás a generalizar de forma preconceituosa...
HR: (interrompendo) Desculpa, mas não estou. Respeito e sou amigo de quem faz actos homossexuais. Mas deixa-me dizer-te que estou cansado dessa coisa politicamente correcta de vir defender as «vítimas». Eles é que começam mal, desde logo por não terem maneiras e quererem fazer do corpo um assunto público... um acto, aliás, profundamente bárbaro.
J: (desagradado) Bárbaro...? Tu chamas, do alto da tua posição distante e imparcial, um acto bárbaro tentar reinvindicar uma maior igualdade de direitos? Mas afinal és liberal ou tens aí uma séria e escondida veia reaccionária, que te faz ter dificuldade em falar destas coisas?
HR: J. A ver se nos entendemos. Eu sou um liberal-conservador. Ou melhor, sou um conservador-liberal. Espera... ah... sim, sou um «liberal-conservador», isso. De resto, como todos os liberais deveriam ser. Não sou reaccionário coisíssima nenhuma.
J: (desistindo) Bom, das tuas identidades sabes tu... e eu, ao contrário de ti, não vou dizer que tu usas esses epítetos A ou B com vontades grupais e que reduzes a tua pessoa ao escolheres esses nomes pomposos, e que não tens identidade e essa conversa toda. Tu para mim podes apelidar-te do que quiseres que hás-de ser sempre o Henrique que eu conheço, apenas tentando descrever-se a ele próprio... tendo em conta o mundo onde vive e onde se reconhece. De resto, eu só queria dizer-te que descobri que afinal gosto de homens... nada mais.
HR: Ah, é verdade... isso tudo bem. Sabes que sou um gajo aberto de espírito. E sou amigo de quem faz actos homossexuais. Nada muda entre nós. Mas não me venhas com isso de «seres gay».
J: (suspirando) Bom... ok. Que me dizes então se formos tomar um copo, a ver se arejamos um pouco a cabecinha? Abriu um novo bar gay muito giro há 2 semanas.
HR: (ofendido, irritado, irascível) Bolas, J.!!!! $&%$*%&$^*£"! Um bar gay, dizes tu! Tens que te livrar dessa forma redutora de ver o mundo! Essas simplificações matam uma pessoa e abrem caminho a que o marxismo ainda prolifere no meio de nós! Eu já te expliquei! Eu sou capaz de ir a (respirar fundo) um bar onde se encontram predominantemente - ainda que de forma espontânea, puramente acidental, na boa esteira Hayekiana, não imposta por qualquer autoridade central, mas sim resultante da livre interacção numa economia livre, onde as escolhas individuais são livres e responsáveis - pessoas cuja preferência sexual, hoje, mas não necessariamente ontem, nem necessariamente no futuro, se manifesta sobretudo por indivíduos do mesmo sexo, ainda que de forma não concretizada mas eventualmente apenas sonhada, quer seja de forma consciente, inconsciente, ou semi-consciente, e sem que isso impeça que se relacionem ocasionalmente com pessoas do sexo oposto, sem esquecer os casos mais raros mas não menos respeitáveis de híbridos transgenders e hemafroditas - isso está bem! Mas por favor não me digas simplesmente que vamos a um «bar gay»! Evita esses rótulos totalitários tão típicos da nossa esquerda folclórica!
J: (suspirando longamente) Pronto, deixa lá isso... Olha, e se fôssemos antes ver o filme sobre o relatório Kinsey? Dizem que é interessante, e podia ser que ficasses um pouco mais arejado...
HR: O relatório McKinsey? Mas isso deu em filme???
J: (silencioso). [...].
25 Comments:
Fenomenal!!!
By Joao Galamba, at 11:24 da tarde
LOOOOOL!
Parabéns!
By /b/, at 11:27 da tarde
Excelente, acho que não é preciso o tal post "mais sério" -- de todo.
By Anónimo, at 11:32 da tarde
Magnífico ;)
By aL, at 11:40 da tarde
Delicioso.:) Mas havia a questão dos pinguins que eu gostava de ver abordada num trabalho mais vasto..:)
By Anónimo, at 11:41 da tarde
muito bom.
By Pedro Figueiredo, at 11:53 da tarde
Os meus parabéns.
Vamos lá ver se a boa disposição regressa à nossa blogosfera.
By CAA, at 12:13 da manhã
Os meus parabéns Tiago pela originalidade do post!
By Bruno Gouveia Gonçalves, at 12:20 da manhã
Em Dezembro a campanha promotora do Somos-Todos-Apenas-e-so-Pessoas rumara a Israel, onde o Henrique ira tentar convencer Arabes e Judeus que aquela trapalhada toda nao passa de um mero equivoco teorico. Ficamos, ansiosamente, a espera dos resultados.
By Joao Galamba, at 12:30 da manhã
E também não há benfiquistas - o que há é pessoas que "cometem actos benfiquistas", como ir ao Estádio da Luz ou ver um jogo do Benfica...
By /b/, at 12:33 da manhã
Tiago, grande posta!
Acho no entanto que o Henrique fala de alhos e tu de bugalhos, mas não ha nada a fazer.
Excelente post de qualquer maneira, parabéns.
By Helder Ferreira, at 1:00 da manhã
Ri-me imenso na primeira parte. Mas, depois, com o devido respeito pelo argumentista, a minha personagem perde gás… Só aceito entrar na fita se o argumento sofrer umas alterações. Tem graça, sim senhora.
Fico à espera da prosa “séria”. E também fico contente por teres ocupado umas horas valentes da tua vida com isto. A extensão da brincadeira é um dos mais sinceros elogios que já recebi. Os bons elogios são sempre indirectos e nunca pretendem ser elogios.
Também fica prometida uma réplica no mesmo tom. Aliás, já experimentei isto uma vez com uma telefonista cubana ou coisa assim no Acidental.
Um abraço,
Henrique Raposo
PS: amanhã irei cometer actos benfiquistas.
By PPM, at 1:00 da manhã
O Helder tem razão. Tal como respondi ao João mesmo agora, eu falo de Y e V. de Z.
abraço,
agora vou cometer um acto que implica contar uns seres que têm lã nas costas e que devem recusar fazer parte da comunidade normalmente apelidada de "carneiros".
By PPM, at 1:05 da manhã
Delirante! Grande momento! Numa perspectiva mais séria, deixo o meu comentário no rabbit's blog:
"até uma direita muito extremada, eu não seria tão radical no não há homossexuais, há somente pessoas que fazem actos homossexuais, mas acho que foi um floreado retórico do HR)". Eventualmente será um floreado retórico (não acho nada, mesmo nada), mas a paternidade não é certamente do HR. É do Gore Vidal, insuspeito, creio eu, de extremismos de direita, homofobia ou tendências reaccionárias - "Homosexual is an adjective, not a noun”. verbatim.
"Concordo perfeitamente com o enfoque nos “actos” e nao na “pessoa”, mas, como bem diz a Ines, num pais onde o atraso e’ tao grande, a “simplificacao” de chamar “gay” nao e’ tao grave como a hipocrisia de achar que as coisas estao num patamar aceitavel em termos de direitos individuais" E não é, de todo, uma simplificação. Se fosse, talvez fosse menos grave. Não o sendo, é muito, mas muito mais grave. O HR não sabe explicar porquê, o paranóico inimputável do Gore Vidal sabe (uma vez sem exemplo). Aconselha-se ida às fontes urgente. PS. Correcção: O HR não soube, ainda, explicar porquê.
By Anónimo, at 2:44 da manhã
grande Tiago!!! muito bom mesmo, o twist final é delicioso...
abrç
By jmnk, at 8:43 da manhã
Bravo!!!
Brilhante, Tiago!
Parabéns pela forma inteligente e irónica de desmontar ideologia em vida prática.
keep going
João Mendes
By João C. Mendes, at 12:01 da tarde
Parabéns Tiago :)
Excelente
AMNM
By AM, at 12:09 da tarde
Deixo-te mais uns parabéns...
ainda que precissases deles.
By Nuno, at 12:56 da tarde
COrrijo...
deixo-te mais uns parabéns...
ainda que NÃO precisasses deles.
By Nuno, at 12:56 da tarde
Muito muito bom enquanto ficção que acerta nos pontos fracos da argumentação do Henrique, que tenho a certeza não se reconhecerá nesse HR!
Muito bom mesmo!
Um abraço,
a.
By AMN, at 1:01 da tarde
:D
By ana, at 1:20 da tarde
Bem!
By inês s., at 2:10 da tarde
Com muito gosto e toda a razão devolvo os seus parabéns!
Cumprimentos,
By lb, at 2:27 da tarde
Fabuloso.
By Carlos Guimarães Pinto, at 9:13 da manhã
ta 5*estrelas! Mas já pensaste o que é estar na pele de um homossexual???? http://confissoesadolescente.blogspot.com
By confissoes, at 10:05 da tarde
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