aforismos e afins

30 novembro 2005

O poder das sondagens (II)

O incentivo ao uso estratégico, quiçá abusivo, das sondagens, é o tema (bem quente) da minha crónica de hoje no Diário Económico, como sempre também disponível no caderno de aponTaMentos.

5 Comments:

  • No seguimento das crónicas anteriores é mais um texto a não perder, pela clareza, e pelo rigor informativo. É, aliás, verdadeiro serviço público/didáctico, que nos diz muito sábia e discretamente que é preciso raciocinar e ser prudente nas nossas euforias. Até à próxima.

    By Anonymous Anónimo, at 7:54 da tarde  

  • Li e mais uma vez certeiro. :-) Parabéns.
    Ah! A menção ao Pedro magalhães também esteve bem.

    By Blogger Helder Ferreira, at 11:28 da tarde  

  • Obrigado, caro Helder :)

    By Blogger Tiago Mendes, at 11:37 da tarde  

  • Very good, indeed !

    By Anonymous Anónimo, at 1:23 da manhã  

  • as pessoas irão ter mais informação (adquirida pelas sondagens) e irão incorporá-la na sua tomada de decisão.
    Aqui acrescentaria uma segmentação:
    • As pessoas que votam de acordo com a apreciação a cada um dos candidatos (portanto, não sendo afectados pela tomada de decisão de terceiros)
    • As pessoas que têm o voto fixo num partido (não sendo afectados por terceiros)
    • As pessoas que coadunam o seu voto com o resultado que pode advir. (ie, fizeram uma ordenação de preferência de candidatos, e irão votar no seu candidato preferencial, mas sabendo da informação das suas sondagens, poderão alterar o seu voto.
    ? Se o vencedor das sondagens for o seu candidato preferencial, então as pessoas votarão no seu candidato preferencial.
    ? Se o vencedor das sondagens não for o seu candidato preferencial. Eles irão percorrer a sua ordenação de escolha até encontrar o dito vencedor das sondagens. Se existir um provável rival (a esse vencedor das sondagens) mas mais bem quotado nas preferências da pessoa, então o voto da pessoa recairá nesse rival. (por rival entende-se um candidato que se encontre a curta distância do vencedor, não necessariamente o que está em segundo lugar nas sondagens)
    ? Mas aqui há que esclarecer o seguinte: imaginemos que temos não apenas um rival mas dois rivais ao vencedor das sondagens. O caso anterior era que a pessoa iria votar no rival mais bem posicionado nas ordenações da pessoa
    ? Mas agora pode existir o efeito de termos dois rivais mas um com maior probabilidade de vencer do que outro, mas com uma posição inferior de ordenação. Aí o seu voto pode ir para o rival menos posicionado nas preferências. Isto pode acontecer quando o vencedor das sondagens está num ranking inferior ao que a pessoa daria ao voto em branco. (é a lista anti-vencedores).

    • Ainda existe a possibilidade dos que escolhem apenas o vencedor. (pouca racionalidade de escolha)
    • Por fim, os que onde não há racionalidade de escolha – voto aleatório em detrimento do voto em branco. (não há ordenação de candidatos, apenas ordenação voto em branco vs voto candidato)


    ele ainda focou a questão da concorrência das empresas de sondagens.


    Podemos agora acrescentar outras variáveis como o comodismo vs ir votar.
    Se o vencedor das sondagens for candidato preferencial, e se for vencedor por larga margem (ie assumem que ele ganha), e se assumirmos que existe um custo pessoal em ir votar. Poderá acontecer que a pessoa não vá votar (pois o seu voto não alterará o resultado final). Poderá inclusivamente assistir-se a várias réplicas deste comportamento fazendo uma reviravolta.


    Acrescentaria a variável do histórico de acção. (voto como julgamento de performance)
    Se o vencedor das sondagens for candidato preferencial. é vencedor nessas sondagens por larga margem e esse candidato executou previamente mandato. Poderá acontecer que o voto caía num candidato menos que preferencial, pois assume que o seu candidato preferencial não vai perde, e contribui (com o seu voto) para a informação de que está algo insatisfeito com a performance do seu candidato preferencial, ou que ele pode fazer mais.

    como nota final diria que no estudo da auto regulação ajudaria em muito a obtenção da hierarquia de escolhas dos votantes. Outra que ajudaria muito seria a votação via cartão de “eleitor” em qualquer MB (atm) do pais.

    By Anonymous Anónimo, at 3:09 da tarde  

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