Ontologia e estratégia
Minha querida: estás a confundir um problema ontológico - a bem célebre questão «Ovo ou galinha, o que veio primeiro?» - com um problema meramente estratégico, que existe apenas porque as pessoas podem tomar em conta a informação das sondagens e com base nelas mudar de opinião e/ou intenção de voto.
A questão não é se as sondagens precedem a opinião pública ou vice-versa: não é uma questão ontológica. A opinião pública existe sempre - ainda que seja desconhecida. Isto se a definirmos como o agregado das intenções de voto per si. Nesse sentido, elas existe sempre. E não há qualquer relação causal entre as duas. As sondagens aferem a opinião pública. E, quando conhecidas, têm capacidade para a alterar. Esse é o ponto do artigo: que as sondagens têm um poder estratégico potencial. Mas repara que as duas não são ontologicamente dependentes uma da outra.
Melhor ainda, as sondagens poderiam sê-lo em relação à opinião pública - porque esta a precede - mas não o são porque esta existe de qualquer modo, isto é, independentemente de existirem ou não sondagens. Ou seja, essa precedência não pode ser interpretada nem num sentido lógico-causal nem ontológico.
A dificuldade - ou impossibilidade - inerente ao problema do ovo e da galinha é de ordem ontológica, e não tem nada a ver com a história das sondagens. Sobre isso, só mesmo Darwin e uns pozinhos de descontinuidade para perceber que a pergunta está mal posta e que a evolução não se deu com um suposto salto descontínuo em que, dum momento para o outro, subitamente, do nada... apareceu um ovo. Ou uma galinha. You choose, my dear.
A questão não é se as sondagens precedem a opinião pública ou vice-versa: não é uma questão ontológica. A opinião pública existe sempre - ainda que seja desconhecida. Isto se a definirmos como o agregado das intenções de voto per si. Nesse sentido, elas existe sempre. E não há qualquer relação causal entre as duas. As sondagens aferem a opinião pública. E, quando conhecidas, têm capacidade para a alterar. Esse é o ponto do artigo: que as sondagens têm um poder estratégico potencial. Mas repara que as duas não são ontologicamente dependentes uma da outra.
Melhor ainda, as sondagens poderiam sê-lo em relação à opinião pública - porque esta a precede - mas não o são porque esta existe de qualquer modo, isto é, independentemente de existirem ou não sondagens. Ou seja, essa precedência não pode ser interpretada nem num sentido lógico-causal nem ontológico.
A dificuldade - ou impossibilidade - inerente ao problema do ovo e da galinha é de ordem ontológica, e não tem nada a ver com a história das sondagens. Sobre isso, só mesmo Darwin e uns pozinhos de descontinuidade para perceber que a pergunta está mal posta e que a evolução não se deu com um suposto salto descontínuo em que, dum momento para o outro, subitamente, do nada... apareceu um ovo. Ou uma galinha. You choose, my dear.
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