Às mulheres
Em virtude do falhanço provocatório provocado, ou melhor, proporcionado, por estes posts, e na exclusiva qualidade, nem sempre famosa, diga-se, e sem ser de passagem, de cientista social, que é inerentemente propenso, de forma consciente e militante, a fazer generalizações sobre determinadas populações ou grupos sociais que lhe interessa estudar, e, tendo em vista, tanto quanto possível, destrinçar o essencial do acessório, nunca esquecendo a possibilidade de abusos que possam resultar do acto de generalizar, mas lembrando também que sem esse risco o conhecimento sobre a natureza humana estagna, venho por este meio declarar, perdão, propor a debate, cordial e salutarmente, que a mulher, ou melhor, as mulheres, são, em média, isto é, grosso modo, criaturas 1) muito inseguras, 2) espantosamente inconsistentes, 3) consistentemente instáveis, 4) ternurosamente dependentes afectivamente, e, sobretudo, e desde que as conhecemos e adoramos, que é como quem diz, desde que sabemos que as desconhecemos, 5) não suportam estar sozinhas.
Possa este curto texto proporcionar-lhes uma razoável companhia.
Possa este curto texto proporcionar-lhes uma razoável companhia.
18 Comments:
O post esta excelente,mas nao e' sobre mulheres. Devias retirar "mulheres" e substituir por "todos nos". Acho eu.
By Joao Galamba, at 6:12 da tarde
lol!
extraórdinário! agora sim, uma provocação séria!!
que também servirá para "medir" o pulso ao auditório feminino ;)
By aL, at 6:56 da tarde
Excelente.
By André Azevedo Alves, at 7:45 da tarde
tiago, há pouco esqueci-me de acrescentar um pequeno comentário... acho de deverias adjectivar as mulheres enquanto "criaturazinhas menores e sem alma, sem as quais não podemos viver, nem sequer nascer! fúteis, pérfidas, rancorosas, vingativas" alias o nietzsche tem uma frase excepcional sobre oassunto [várias até], andei a tarde toda à volta dos livros a ver se encontrava, mas não tenho o "para além e do mal" comigo e acho que isso está lá...
By aL, at 7:56 da tarde
"O post esta excelente,mas nao e' sobre mulheres. Devias retirar "mulheres" e substituir por "todos nos". Acho eu."
Acho que isso ou é politicamente correcto ("forma"), ou excesso de bondade igualitária ("conteúdo"), ou um travo de feminilidade escondida ("disposição").
De qualquer modo, se eu POR ACASO concordasse com o que tu dizes (discordo totalmente, e não é para ser politicamente incorrecto) não escrevia o post, porque descambaria numa idioteira meio Paulo Coelho, a falar de lamechiches de ambos os sexos!
OU, mais actualmente, numa espécie de Maria Filomena Mónica ao contra´rio, ou sem ser, tanto faz, dado que as mulheres são mesmo inconsistentes:
PS: AAA - :)
By Tiago Mendes, at 12:16 da manhã
«dado que as mulheres são mesmo inconsistentes» podes, pf, clarificar o sentido desta afirmação, se possível exemplificando. mas fá-lo de forma muito simplificada, como se eu fosse mesmo muito burra, ou melhor intelectualmente diminuida e inconsistente... obrigada!
By aL, at 12:58 da manhã
Simplificando: as mulheres, porque não gostam de estar sozinhas, não têm tantos períodos de introspecção, e dão uma prevalência maior ao social. Daqui resulta, em média, um menor grau de auto-conhecimento, logo, de auto-controlo. E, desse modo, são mais propensas a ser inconsistentes. De forma não planeada, até inconsciente. Apenas inconsistentes. Mais imprevisiveis. E isso é óptimo. Mas é o que é :)
PS: numa palavra: as mulheres têm menos propensão (se é que têm alguma) a ser "estóicas". Volto a dizer que isto é óptimo. Deus me livre de achar uma mulher estóica atraente! Melhor a loucura. Mas distorcer factos, é que não :)
By Tiago Mendes, at 1:03 da manhã
1.«porque não gostam de estar sozinhas» esta afirmação em si não é relevante. porque de facto, o ser humano é um ser social, logo o que dizes é válido para ambos os sexos, não permitindo tirar daí qualquer conclusão diferenciadora inter-sexos. agora o que eu acho importante, é perceber se as mulheres querem estar sozinhas, e se sobrevivem sozinhas...
2. «não têm tantos períodos de introspecção», bom, não sei o que dizer... ou tu entraste realmente dentro da cabeça de uma mulher acéfala, ou então as estatisticas que consultaste estarão ultrapassadas. e pegando na deliciosa citação que fizeste "Their relationship consisted in discussing if it existed." para se discutir um relacionamento e a existência do mesmo, tem de haver necessariamente grandes períodos de reflexão e obviamente de introspecção, pois estamos sempre a avaliar o nosso comportamento, o nosso eu, em função do outro
3. obviamente, mas porque fomos "educadas" para adornar os salões
4. a imprevisibilidade não tem a ver com a inconsistencia, o auto-conhecimento ou auto-controlo. está mais relacionada com o nº de váriaveis que simultaneamente são usadas para chegar a determinada decisão. e obviamente, não temos todos de ter em conta as mesmas variáveis ou sequer o mesmo nºde variáveis
5. «Deus me livre de achar uma mulher estóica atraente!» gostos não se discutem...
6. «Mas distorcer factos, é que não» mas filtrá-los e conjugá-los da forma mais favorável, também não ;)
By aL, at 2:02 da manhã
1. O que dizes não é necessariamente verdade, porque nós somos todos seres sociais - certo - mas em graus diferentes. A minha afirmação, tal como está, é apenas e somente que em média as mulheres são mais "sociais" e menos propensas à "solitude";
2. É verdade que a mulher tem esses períodos de introespecção, mas isso são mais "macaquices" que outra coisa. Eu falava de introspecção num sentido mais sério, mais metafísico, e não sobre o dia-a-dia, o jantar, a festa da calça branca-lilás na Casa Clube Castelo (?) onde está vai estar "montes de gente gira", ou se o namorado vai dizer que estão mais ou menos gordas com as calças novas, ou se vai notar que cortaram as pontas do cabelo, ou fizeram "nuances", etc. Repito - falo "em média";
3. Agree.
4. O que dizes não faz muito sentido em si mesmo, dum ponto de vista formal. Claro que tem a ver com tudo o que referes. O número de variáveis é relevante. Mas não é isso que invalida o ponto que eu queria fazer: quanto mais inconsistente, mais imprevisível o comportamento, porque nunca se sabe o que está para vir. A inconsistência, argumentei eu, é tanto mais provável quanto menor for o auto-conhecimento e o auto-controlo. Portanto, é por estas duas premissas que deves contra-argumentar, e não na conclusão por si só, porque essa resulta das premissas;
5. Certo. O meu ponto era somente "constatar" algo sobre as mulheres, sugerir a minha preferência, e, ao mesmo tempo - e isto é mais subliminar - dar a entender que as coisas se são assim é provavelmente por algum motivo. Qual? Aparte os "sociais", o factor "evolucionista", claro. Quer os homens quer as mulheres vão evoluindo de forma a serem melhores jogadores no "mating-game". That's the power of genes. Que não explica TUDO, claro que não! Mas não pode ser ignorado;
6. Aqui é o terreno da subjectividade, e da imparcialidade. Eu não propus ser "dono da verdade", estamos apenas a bater bolas...
:)
By Tiago Mendes, at 2:34 da manhã
1. o facto de tendencialmente as mulheres serem mais sociais não excluiu de forma alguma a capacidade de sobrevivencia na solidão
2. [ignorarei a provocação das ditas "macaquices" pois não era a isso que me estava referir quando introduzia questão da reflexão dos relacionamentos] a reflexão sobre o dia-a-dia pode revelar-se ser uma reflexão tão intensa e aprofunda quanto a discusão se deus realmente está morto, ou se aquele golo do benfica foi bem ou mal anulado. o facto é que o pensamento feminino é tendencialmente mais pragmático e imediatista, mas isso não invalida a sua capacidade, a sua aptência para as tais questões "metafísicas"
4. o que estou a dizer é que o auto-conhecimento e o auto-controlo não são as principais premissas que me fazem concluir que as mulheres são imprevisiveis! o facto de tu não teres o mesmo grau de conhecimento que o outro individuo, faz com que, para ti, as suas decisões sejam imprevisíveis...
5. e o poder dos genes, segundo as teorias geneticistas, dotaram as mulheres de uma "arma" surpreendente, estas podem escolher o seu parceiro [aquele que lhe dará melhor garantia de um filho saudável*] e depois escolherem o seu companheiro (aquele que criará o rebento como seu, normalmente são os geneticamente menos aptos...]. lá diz a sabedoria popular:"filho da minha filha, meu neto será. filho do meu filho meu neto será ou não"
* e dentro deste raciocínio geneticista, fico obrigada a reconhecer a total veracidade da afirmação do nietzsche : "O homem é para a mulher um meio: o fim é sempre o filho."
By aL, at 2:59 da manhã
Caro Tiago
So por curiosidade, de que amostra parte para estas generalizacoes? Sera de um estereotipo construido a partir da obra de Margarida Rebelo Pinto? ;)
Ana
By Anónimo, at 11:05 da manhã
Cara Alaíde,
1. Não exclui - teoricamente - não exclui, de facto. Mas gera uma inclinação para isso. Se quisermos, "na margem" as mulheres são menos propensas à solitude. Repara que eu não falo de possibilidades teõricas, mas de "padrões" verificados empiricamnte. Volto a repetir que falo de "médias" e não de pessoa A ou B (certamente não de ti!);
2. Mesmo ponto que o anterior. CLaro que as mulheres têm, ainda que em graus diferentes (sobretudo em diferentes intervalos da escala) capacidade para as mesmas reflexões. Mas têm uma "preferências" diferentes, e acabam por fazer "escolhas" que redondam num menor interesse nessas áreas;
4. Ok, fica mais claro... ainda que não me digas quais são as coisas mais importantes. Disseste que era o numero de variáveis, mas isso é exógeno, exterior. Eu procuro as razoes sorbetudo endógenas, que têm a ver com a diferença masculino/feminino;
5. Totalmente de acordo! Aliás, isso é uma tendência cada vez mais notória.
*sim, viva o Nietzsche! :)
Cara Ana,
Não posso propriamente falar de uma "amostra" como se de uma sondagem se tratasse. Trata-se, se me permite este excesso, de uma "reflexão de vida". De qualquer modo, mesmo não sendo um estereótipo construído a partir dos livros dessa senhora que indica, como cientista social teria que admitir que o volume de vendas que ela atinge TEM QUE SER uma variável a ter em consideração porque dá ALGUMA informação (de forma indirecta) sobre o estado actual das mulheres portuguesas.
Obrigado às duas pelo fair-play :)
By Tiago Mendes, at 11:23 da manhã
caro tiago,
1. eu NUNCA me tomei enquanto medida dos comportamentos femininos! no entanto a minha perspectiva e interpretação não podem deixar de estar condicionadas ao facto de eu ser uma mulher... e volto a repetir, no limite o que interessa de facto, é que a capacidade da generalidade das mulheres para estar e sobreviver sozinhas é superior à generalidade dos homens
2. prefiro pensar que afirmas isso enquanto constatação e não enquanto juizo de valor
4. tenho de pensar melhor sobre o assunto
5. assim sendo o genero feminino é geneticamente mais evoluído e mais apto a sobreviver, pois terá maior capacidade de "imortalizar" os seus genes
women are from venus men are from mars, e não há volta a dar! e felizmente que é assim ;)
By aL, at 12:06 da tarde
1. Claro que não estava a personalizar :) Concordo, de resto, quanto à "capacidade" superior das mulheres para viverem sozinhas. Isso é inegável. O curioso é que elas sofram tanto para não estar sozinhas, apesar de terem essa maior capacidade. Essa é a curiosidade. Mas que elas têm um horror maior a estar sozinhas, acho inegável. Tambe´m depende da idade, claro...
2. Claro que era um juízo de facto :)
4. ok
5. Totalmente - quantas mais melhor! Os recursos escassos têm sempre (só por isso) mais valor - lição nº 1 de economia :)
By Tiago Mendes, at 12:13 da tarde
5. a evolução genética tenderá a transformar a mulher num ser auto-suficiente a todos os níveis - até ao nível reprodutivo, bom isto já é um pouco sci-fi... e felizmente não será durante a minha vida - os recursos escassos têm sempre mais valor, porque são mais valorizados que os outros. ou seja dois recursos diferentes com igual grau de escassez podem ter valores diferentes, dependendo aqui da utilidade/valor que lhe atribuimos, não?!
By aL, at 12:33 da tarde
Claro, por isso eu disse "só por isso", ou seja, "na margem", ou "considerando todos os outros factores constantes".
Mas repara que dizer "recursos escassos têm sempre mais valor, porque são mais valorizados que os outros." não diz nada porque a justificação é um restatement da conclusão. Falácia.
´
É, simplesmente, que tem mais valor porque sao RELATIVAMENTE mais escassos. Quando a procura relativa sobe, o valor de mercado aumenta. Claro que tem que se ter em conta o valor intrínseco do objecto, etc. Falava apenas do EFEITO PARCIAL, que é a coisa absolutamente mais querida aos economistas, e mais incompreendida (not their fault, though, perhaps our) pelo resto do mundo.
By Tiago Mendes, at 12:41 da tarde
5. tens razão, eu não deveria entrar com esse tipo de argumentos. no entanto queria só contestar a ideia de "quantas mais, melhor", porque isso implica que elas os valorizem... num exemplo limite, numa ilha existem 1000 mulheres e apenas 1 homem. segundo a tua linha de pensamento esse homem seria muito valorizado, dado que era escasso. no entanto tal pode não ser correcto, porque as mulheres podem simplesmente não valorizá-lo, i.e. não verem nele qualquer utilidade...
não sei se é um exemplo "economicamente" correcto, mas acho que é um exemplo "emocionalmente" eficiente ;)
By aL, at 1:12 da tarde
É um exemplo limite, e por isso mesmo algo falacioso. O que interessa é o que acontece "na margem", isto é, com pequenas variações no rácio de homens / mulheres. E aí é inegável que um maior número de mulheres dáo algum poder adicional às mulheres.
Aliás, esse é um problema muito sério (cada vez mais) na China, onde o excesso de homens jovens começa a trazer problemas fortes, devido à política de filho único e de abortos continuos de raparigas em favor de rapazes.
By Tiago Mendes, at 1:46 da tarde
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