No local de aforismos & afins comento com outra provocação de Oscar Wilde: "Most Women are so artificial that they have no sense os Art. Most men are so natural that they have no sense of Beauty"
é isso mesmo, Marta. alguém disse (nao recordo o nome agora) "eu só me dou a mim próprio, aos outros apenas me empresto". claro que isto não se pode levar demasiado à letra, e claro que o amor isto e aquilo, mas acho que a mensagem principal (pelo menos aquele com a qual me identifico) é que devemos manter a nossa individualidade e uma certa independencia, mesmo que nos demos ao outro com toda e entrega e amor.
isto tb porque nao podemos ser meros "objectos" das sensacoes dos outros (mas isto merecera um post em breve, caros marta e jmnk)
minha cara, calma! eu já tenho essa ideia na cabeça há cerca de 3 anos e 221 dias! não foi de hoje. o amor "instrumental" é um tema muito interessante.
eu declaro-me já aqui, já,já, como um grande céptico.
mas não pessimista.
apenas céptico e por vezes exageradamente lúcido (espero que isto não soe a vaidade nem pessimismo).
Oscar Wilde gostava de "jovens", sobretudo a partir de certa idade penso que se tera virado mais "exclusivamente" para homens, e em geral de tenra idade. Era um dandy, que apreciava mulheres, ao mesmo tempo que tinha aquela ironia meio misogina. "O retrato de DOrian Gray" illustra bem isso.
Nao sei se gosto muito da expressao habitual "ser gay" ou nao - embora seja simplificadora e perfeitamente natural enquanto "rotulo". Ja nao sei quem foi que disse que "homossexual" e', mais que um nome, um adjectivo. Ou seja, nao se "e' homossexual ou nao" mas tem-se "actos homossexuais".
Isto talvez seja exagerado. No filme do "Relatoria Kinsey", ele tinha uma escala de 0 a 6 (julgo) em que 0 seria exclusivamente heterossexual e 6 exclusivamente homossexual. Ou seja, a ideia de que o homem e' por natureza bissexual e depois issso se manifesta em maior ou menor grau, digamos assim. Claro que nos paises de influencia catolica isto e' dificil de passar, e apesar de tantos estudos terem sido feitos ainda ha' o mito que ou se e' uma coisa ou outra.
Eu acho que ha uma outra diferenca importante (aqui em Oxford as pessoas sao mais abertas e todos sao iguais, homos, bis, trangenders, etc): acho que o "ser homossexual" podera ser definido na esfera do "amor" e capacidade de amar, enquanto um "acto homossexual" e' puramente sexual. E por isso e' possivel ter actos homossexuais sendo-se (essencialmente) hetereossexual. Conheco muitos (bem, alguns) casos de raparigas que se englobam neste caso. Imagino que nos homens a proporcao sera semelhante, talvez algo menor, mas certamente mais elevada do que o que se sabe por ai, porque e' obviamente "embarassing" fazer dessas coisas.
E' impressao minha ou ja' estou a teorizar em resposta a uma simples perguna? Straight answer: Mr. Wilde was damn gay, yup.
So' um mate aqui de Inglaterra para estar tao 'a-vontade :)
Quanto aos transgenders, sim, nao quis insinuar que isso era uma orientacao sexual, mas como sabes aqui os "diferentes" agrupam-se nos LGBT groups - lesbian, gay, bissexual, transgenders.
Quanto ao que disseste do relatoria agradeco a contribuicao (estava consciente mas de facto ficou omisso): e' isso mesmo, em cada momento somos uma coisa que pode ser diferente (nao necessariamente, mas muito provavelmente nem sempre e' o mesmo).
A sexualidade evolui, e o "posicionamento" tambem. Confesso que nao fiquei com essa ideia de nao se poder mesmo ser 100%. Embora a questao aqui seja algo complexa, acho que concordo. De qualquer forma o problema nao esta em se ser 100% ou 99.9% mas em dizer que o "normal" e' andar la pelo meio.
E ja' agora, como em Portugal e' impossivel falar disso, e' mais facil nao dizeres isso da "impossibilidade teorica" dos "100%"! e' que caia o Carmo e a Trindade se os politicos viessem dizer, quica com a esposa e o filhote aos pulos, que sao percentualmente homossexuais, ainda que essa percentagem seja infinitesimal e a tender para zero!!
Espera, Ruy, agora interpretaste-me mal, passo a explicar.
Quando eu disse "diferentes" para classificar os LGBT's, 1) usei aspas e 2) isso era perfeitamente "estatistico", ou seja, substitui a palavra por "minoria". Ou, se quiseres, "menos de 50%". Longe de mim fazeres esses hipetetos do "normal" com conteudo moral. Eu quando digo "normal" apenas estou, como cientistas social, a apelar 'a distribuicao estatistica de diferentes "grupos" de pessoas, olhando apenas 'a "percentagem" que eles representam da sociedade.
Nunca com um conteudo "moral".
Por isso e' que depois quando digo que o "normal" e' andar entre os 0% e os 100% e' exactamente para fazer o teu ponto!! OU seja, que MESMO QUE houvesse alguem 100% homo ou hetere, o "normal", isto e', o "natural", ou ainda, o que "acontece 'a MAIORIA das pessoas" e' estarem alguers pelo meio, isto e', serem bissexuais mais ou menos escondidos.
Satisfied, mate?
PS: E nao entro aqui numa questao que acho muito interessante mas sobre a qual nao tenho grande informacao e como tal grande opiniao formada: que e' saber ate' que ponto a nossa sexualidade e' ou nao genetica. Isto e' importante para muitos - nao eu - que veem na opcao sexual alguma "moralidade". Estou a pensar na Santa Igreja, claro. Se se provasse que a inclinacao sexual - qualquer que ela seja - e', ainda que parcialmente, determinada pelos genes, isso seria interessante de debater.
Porque por um lado tira o "peso" da escolha que alguns (nao eu) acham "moral" e por outro tira tambem a "leveza" (ou "orgulho") em se ser aquilo que se e'.
So para nao restar duvidas: eu acho que cada um tem uma ampla responsabilidade pela escolha, etc, e a sociedade intervem e inlufencia, etc. So' nao gosto e' de por TOTALMENTE de parte uma hipotese que ainda nao foi "cientificamente" provada - o papel da genetica na orientacao sexual.
PS2: se queres provocacoes vai ao Mundo Perfeito, caro Ruy :)
So um esclarecimento adicional (estas coisas de escrever, ainda por cima 'a pressa, tem disto!):
Eu quando disse "provocacoes" foi no tom mais "amigavel" ou "amistoso" possivel. Quer neste blog, quer no Mundo Perfeito, onde as (minhas) "provocacoes" nao tem outro intuito que nao despertar algum debate.
Mas a forma como eu o disse - agora que releio - "se queres provocacoes" - nao era NADA mas mesmo nada agressiva (dai o "smile" so final).
Puxa, tantos disclamers. So para dizer que: 1) nem eu te queria provocar 2) nem eu estava a dizer/insinuar que tu me estavas a provocar
Apreciei mto os teus comentarios e a alusao ao Mundo Perfeito foi apenas porque nos ultimos dias se "desencadeou" um debate muito "vivo" sobre o feminismo, onde a Espelho tambem participou.
13 Comments:
Ó Ritinha: esse smile é de "amor" ou de "ódio"? É que um smile isolado a esta frase é difícil de interpretar!!! :)
(ai, ai, ai, as eternas contradições oscar-wildianas...)
By Tiago Mendes, at 9:54 da tarde
ah... o eterno tema da caça, e da busca, e do desalento após a conquista... queres pegar no tema, minha cara? :)
(eu pegarei no tema um destes dias).
By Tiago Mendes, at 10:51 da tarde
No local de aforismos & afins comento com outra provocação de Oscar Wilde:
"Most Women are so artificial that they have no sense os Art.
Most men are so natural that they have no sense of Beauty"
By jmnk, at 11:25 da tarde
gostei, jmnk, obrigado pelo contributo.
e, ouve lá, com tanta provocação estás a ver se passas de mero accionista a Board Member do Clube dos Provocadores, am I right? ;)
PS: tenho aqui algumas provocaçoes mas essas discordo frontalmente e são mesmo agressivas e misóginas, é preciso não esquecer o que OW foi!
By Tiago Mendes, at 11:30 da tarde
é isso mesmo, Marta. alguém disse (nao recordo o nome agora) "eu só me dou a mim próprio, aos outros apenas me empresto". claro que isto não se pode levar demasiado à letra, e claro que o amor isto e aquilo, mas acho que a mensagem principal (pelo menos aquele com a qual me identifico) é que devemos manter a nossa individualidade e uma certa independencia, mesmo que nos demos ao outro com toda e entrega e amor.
isto tb porque nao podemos ser meros "objectos" das sensacoes dos outros (mas isto merecera um post em breve, caros marta e jmnk)
By Tiago Mendes, at 11:37 da tarde
como ele diz: " One should always be a little improbable."
By jmnk, at 11:46 da tarde
e mais: mesmo esse "ser improvável" tem que ser uma postura randomizada para ser coerente com ela própria :)
ser improvavelmente improvável :)
By Tiago Mendes, at 11:49 da tarde
perdão, o que eu queria dizer era claro:
ser "provavelmente" improvável
mas talvez o erro tenha sido propositado, ou apenas provavelmente descuidado?
tudo é incerto, e há um poema qualquer que usa isto "tudo é incerto (...)".
e einstein que dizia que Deus não joga aos dados estava enganado. não há ninguém tão seguramente improvável como o sr. criador.
By Tiago Mendes, at 11:56 da tarde
minha cara, calma! eu já tenho essa ideia na cabeça há cerca de 3 anos e 221 dias! não foi de hoje. o amor "instrumental" é um tema muito interessante.
eu declaro-me já aqui, já,já, como um grande céptico.
mas não pessimista.
apenas céptico e por vezes exageradamente lúcido (espero que isto não soe a vaidade nem pessimismo).
By Tiago Mendes, at 12:02 da manhã
Oscar Wilde gostava de "jovens", sobretudo a partir de certa idade penso que se tera virado mais "exclusivamente" para homens, e em geral de tenra idade. Era um dandy, que apreciava mulheres, ao mesmo tempo que tinha aquela ironia meio misogina. "O retrato de DOrian Gray" illustra bem isso.
Nao sei se gosto muito da expressao habitual "ser gay" ou nao - embora seja simplificadora e perfeitamente natural enquanto "rotulo". Ja nao sei quem foi que disse que "homossexual" e', mais que um nome, um adjectivo.
Ou seja, nao se "e' homossexual ou nao" mas tem-se "actos homossexuais".
Isto talvez seja exagerado. No filme do "Relatoria Kinsey", ele tinha uma escala de 0 a 6 (julgo) em que 0 seria exclusivamente heterossexual e 6 exclusivamente homossexual. Ou seja, a ideia de que o homem e' por natureza bissexual e depois issso se manifesta em maior ou menor grau, digamos assim. Claro que nos paises de influencia catolica isto e' dificil de passar, e apesar de tantos estudos terem sido feitos ainda ha' o mito que ou se e' uma coisa ou outra.
Eu acho que ha uma outra diferenca importante (aqui em Oxford as pessoas sao mais abertas e todos sao iguais, homos, bis, trangenders, etc): acho que o "ser homossexual" podera ser definido na esfera do "amor" e capacidade de amar, enquanto um "acto homossexual" e' puramente sexual. E por isso e' possivel ter actos homossexuais sendo-se (essencialmente) hetereossexual. Conheco muitos (bem, alguns) casos de raparigas que se englobam neste caso. Imagino que nos homens a proporcao sera semelhante, talvez algo menor, mas certamente mais elevada do que o que se sabe por ai, porque e' obviamente "embarassing" fazer dessas coisas.
E' impressao minha ou ja' estou a teorizar em resposta a uma simples perguna? Straight answer: Mr. Wilde was damn gay, yup.
By Tiago Mendes, at 3:35 da tarde
Caro Ruy,
So' um mate aqui de Inglaterra para estar tao 'a-vontade :)
Quanto aos transgenders, sim, nao quis insinuar que isso era uma orientacao sexual, mas como sabes aqui os "diferentes" agrupam-se nos LGBT groups - lesbian, gay, bissexual, transgenders.
Quanto ao que disseste do relatoria agradeco a contribuicao (estava consciente mas de facto ficou omisso): e' isso mesmo, em cada momento somos uma coisa que pode ser diferente (nao necessariamente, mas muito provavelmente nem sempre e' o mesmo).
A sexualidade evolui, e o "posicionamento" tambem. Confesso que nao fiquei com essa ideia de nao se poder mesmo ser 100%. Embora a questao aqui seja algo complexa, acho que concordo. De qualquer forma o problema nao esta em se ser 100% ou 99.9% mas em dizer que o "normal" e' andar la pelo meio.
E ja' agora, como em Portugal e' impossivel falar disso, e' mais facil nao dizeres isso da "impossibilidade teorica" dos "100%"! e' que caia o Carmo e a Trindade se os politicos viessem dizer, quica com a esposa e o filhote aos pulos, que sao percentualmente homossexuais, ainda que essa percentagem seja infinitesimal e a tender para zero!!
abraco.
By T. M., at 4:25 da tarde
Espera, Ruy, agora interpretaste-me mal, passo a explicar.
Quando eu disse "diferentes" para classificar os LGBT's, 1) usei aspas e 2) isso era perfeitamente "estatistico", ou seja, substitui a palavra por "minoria". Ou, se quiseres, "menos de 50%". Longe de mim fazeres esses hipetetos do "normal" com conteudo moral. Eu quando digo "normal" apenas estou, como cientistas social, a apelar 'a distribuicao estatistica de diferentes "grupos" de pessoas, olhando apenas 'a "percentagem" que eles representam da sociedade.
Nunca com um conteudo "moral".
Por isso e' que depois quando digo que o "normal" e' andar entre os 0% e os 100% e' exactamente para fazer o teu ponto!! OU seja, que MESMO QUE houvesse alguem 100% homo ou hetere, o "normal", isto e', o "natural", ou ainda, o que "acontece 'a MAIORIA das pessoas" e' estarem alguers pelo meio, isto e', serem bissexuais mais ou menos escondidos.
Satisfied, mate?
PS: E nao entro aqui numa questao que acho muito interessante mas sobre a qual nao tenho grande informacao e como tal grande opiniao formada: que e' saber ate' que ponto a nossa sexualidade e' ou nao genetica. Isto e' importante para muitos - nao eu - que veem na opcao sexual alguma "moralidade". Estou a pensar na Santa Igreja, claro. Se se provasse que a inclinacao sexual - qualquer que ela seja - e', ainda que parcialmente, determinada pelos genes, isso seria interessante de debater.
Porque por um lado tira o "peso" da escolha que alguns (nao eu) acham "moral" e por outro tira tambem a "leveza" (ou "orgulho") em se ser aquilo que se e'.
So para nao restar duvidas: eu acho que cada um tem uma ampla responsabilidade pela escolha, etc, e a sociedade intervem e inlufencia, etc. So' nao gosto e' de por TOTALMENTE de parte uma hipotese que ainda nao foi "cientificamente" provada - o papel da genetica na orientacao sexual.
PS2: se queres provocacoes vai ao Mundo Perfeito, caro Ruy :)
By T. M., at 4:55 da tarde
Obrigado pelas referencias.
So um esclarecimento adicional (estas coisas de escrever, ainda por cima 'a pressa, tem disto!):
Eu quando disse "provocacoes" foi no tom mais "amigavel" ou "amistoso" possivel. Quer neste blog, quer no Mundo Perfeito, onde as (minhas) "provocacoes" nao tem outro intuito que nao despertar algum debate.
Mas a forma como eu o disse - agora que releio - "se queres provocacoes" - nao era NADA mas mesmo nada agressiva (dai o "smile" so final).
Puxa, tantos disclamers. So para dizer que:
1) nem eu te queria provocar
2) nem eu estava a dizer/insinuar que tu me estavas a provocar
Apreciei mto os teus comentarios e a alusao ao Mundo Perfeito foi apenas porque nos ultimos dias se "desencadeou" um debate muito "vivo" sobre o feminismo, onde a Espelho tambem participou.
Hope this suffices to clarify :)
By T. M., at 5:19 da tarde
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