Margarida Rebelo Pinto
Confesso que há vários anos quis "descobrir" o que se esconderia por detrás do sucesso enorme de vendas da menina Rebelo Pinto - para além da cara bonita "aterrada" num invejável e apetecível corpo quase anorético -, e pedi dois livros emprestados a uma amiga: «Sei lá» e «Não há coincidências». Uma das coisas que constatei foram as coincidências nos dois livros. Temas, personagens, tiques descritivos, repetições várias, e a tão famigerada coisa que vulgarmente se apelida de "escrita feminina", onde abundam histórias de ("gajas") trintonas que adoram ("comer") homens, os conseguem ver como objectos, vingando a histórica subjugação do seu fraco sexo. Desprezam-nos ao mesmo tempo que admitem às amigas e aos amigos sensíveis (habitualmente "gays") que não conseguem viver sem eles.
É esse o dilema "existencial" deste tipo de literatura. [Nota: isto é uma "conjectura" porque (felizmente!) desconheço demais obras].
E depois há as crises que envolvem o inevitável "relógio biológico":
o marido que ainda não se encontrou, a família por construir, os filhos por parir. Mais, como as vendas se destinam ao Portugal invejoso e sonhador que aposta loucamente no Euromilhões e se endivida para comprar carros e casas de luxo, há o inevitável culto do sucesso, riqueza e "status social" nas personagens mais ou menos ocas que por lá vagueiam. "Amor e uma cabana" é coisa que não vende - claro! Sobretudo quando o público alvo é o universo das mulheres: materialista, competitivo, profundamente misógino. Nada de novo se não nos esquecermos que afinal os genes contam muito e que a biologia explica tanta coisa simples. [Vivam as barbas de Darwin. Vivam, vivam, vivam!]
Eu não fazia ideia nenhuma de escrever este "post", confesso. Mas quando vi esta brilhante análise no Esplanar, não resisti a puxar da memória para falar um bocadinho da Margarida. Ela veste bem, fala com confiança, e transporta aquele ar incomodado contra os homens em geral, sempre pronta a disparar. Invejada por elas, cobiçada por eles, como não gostar de uma mulher assim?
É esse o dilema "existencial" deste tipo de literatura. [Nota: isto é uma "conjectura" porque (felizmente!) desconheço demais obras].
E depois há as crises que envolvem o inevitável "relógio biológico":
o marido que ainda não se encontrou, a família por construir, os filhos por parir. Mais, como as vendas se destinam ao Portugal invejoso e sonhador que aposta loucamente no Euromilhões e se endivida para comprar carros e casas de luxo, há o inevitável culto do sucesso, riqueza e "status social" nas personagens mais ou menos ocas que por lá vagueiam. "Amor e uma cabana" é coisa que não vende - claro! Sobretudo quando o público alvo é o universo das mulheres: materialista, competitivo, profundamente misógino. Nada de novo se não nos esquecermos que afinal os genes contam muito e que a biologia explica tanta coisa simples. [Vivam as barbas de Darwin. Vivam, vivam, vivam!]
Eu não fazia ideia nenhuma de escrever este "post", confesso. Mas quando vi esta brilhante análise no Esplanar, não resisti a puxar da memória para falar um bocadinho da Margarida. Ela veste bem, fala com confiança, e transporta aquele ar incomodado contra os homens em geral, sempre pronta a disparar. Invejada por elas, cobiçada por eles, como não gostar de uma mulher assim?
4 Comments:
Independentemente de se gostar ou não da escritora em questão, convém referir que ela escreve sobre um universo feminino ao qual não pertence.
MRP é casada, tem filhos e a sua profissão é escritora. A própria, em recente entrevista televisiva dizia que imaginava que era assim a vida das "trintonas", no fundo MRP tal como tantas outras escritoras, basearam-se (plagiaram?) a não menos famosa Helen Fielding, escritora da mais fomosa das "trintonas" de Inglaterra a Ms. Jones, ou Bridget Jones para os amigos leitores, e por sua vez a senhora Fielding plagiou (isto posso dizê-lo sem dó nem piedade)a grande escritora inglesa Jane Austen que dedicou toda a sua vida a fazer descrições da burguesia inglesa do século XIX e as suas prioridades. A única coisa em que a senhora Fielding tem de mérito foi conseguir transportar para o século XX essas mesmas preocupações e com isso ter milhões de leitores no mundo inteiro.
Como trintona que sou, preocupo-me efectivamente em encontrar o homem perfeito para mim, lamento, mas está difícil. Gosto de conversar sobre política, literatura, música, gosto de viajar, tenho muita curiosidade em relação à vida e a tudo o que a rodeia. Quero ter filhos porque adoro crianças. Não tenho amigos homossexuais, porque todos os que conheci são pessoas cheias de problemas e muito agressivas. Também não me revejo na ideia de que as trintonas andam para aí a saltar de cama em cama. Diria antes que algumas pessoas o fazem, mas tanto são as trintonas como os trintões, e são aquelas pessoas que são incapazes de estar e permanecerem sós e que são incapazes de estabelecer uma relação profunda, afectiva, cheia de carinho e amizade. Normalmente só salta de cama em cama quem anda insatisfeito com o que o rodeia e portanto, enche-se de vazios...relações que não levam a lado nenhum.
Peço desculpa pelo comentário ser tão extenso, mas confesso que não me gosto de ver metida no mesmo saco que as "gajas" trintonas que estas supostas autoras descrevem.
Tenho cabeça, tenho uma força de vontade inabalável e sei que um dia existe a probabilidade de encontrar um homem que me valorize tal e qual como eu sou.
Um beijinho
By Maríita, at 4:36 da tarde
Obrigado pelo comment, Maria. O meu post não era de forma alguma sugerir que todas as trintonas seriam assim - isso seria ridículo. Apenas desmascarar um bocadinho os vícios da sr. Rebelo PInto. Mas isso, volto a referir, está muito melhor feito no Esplanar (que refiro no post), leitura que recomendo vivamente.
By Tiago Mendes, at 4:56 da tarde
Bem Tiago, eu li o que foi escrito no Esplanar, tal como me sugeriste.
Honestamente, que a Margarida Rebelo Pinto escreva o que quer é com ela, mas que alguém por um minuto que seja possa achar que as personagens que ela descreve são pessoas de carne e osso que são verdadeiramente assim, assusta-me. Recuso-me determinantemente a achar que os homens só querem "putas e vinho verde" e também não acredito que as mulheres a única coisa de que conversam são de homens. É ridículo! Tanto o universo feminino como o masculino vão muito além disso.
Prometo hoje não me irritar mais com este ser, até porque o resultado das eleições autárquicas me preocupa muito mais porque esse sim, tem influência directa na minha vida...
Beijinhos
By Maríita, at 5:14 da tarde
Os homens não querem só "putas e vinho verde" mas querem isso mais que as mulheres desejam "gajos bons e Bayles". Enfim, brincadeiras à parte, sem generalizações não vamos a lado nenhum. Lá para Julho/Agosto escrevi imensos posts onde falamos disso. Juro que este post NÃO era uma tentativa de post intimista! Era apenas uma constatação de algo que me irrita um bocado, e que encontrei num blog muito bem escrito.
De resto, não é preciso ser trintona para ter os "vícios" que eu descrevia no post (na brincadeira, calma!) - aos 20 também é boa idade para começar. Só que aos 20 falta o toque de "maturidade" da mulher que já "viveu" imensas coisas (isto é, que já "sofreu").
Mas como dizes, hoje é dia de eleições, e a mim só me resta a TSF!
Bjs :)
By Tiago Mendes, at 5:29 da tarde
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