Tiques socialistas
Parte do discurso do Presidente no 5 de Outubro:
«A moralidade mais elementar, e os sentimentos de justiça, continuarão gravemente dimuinuídos enquanto for possível exibir altos padrões de vida, luxos, e até reprováveis desperdícios, e ao mesmo tempo apresentar declarações fiscais de indigência, e isto anos a fio, na mais completa e alardeada impunidade, para escândalo e vergonha de todos nós cidadãos.»
Eu concordo, no "plano dos princípios", e como medida «extraordinária» e temporária, com a inversão do ónus da prova nos caso de existência de sinais de riqueza suficientemente distantes do que se adivinharia ao ler as declarações fiscais. No plano prático, há que ter em atenção os problemas do nosso sistema judicial, como refere Helena Garrido. Mas o que acho realmente giro no discurso de Sampaio (sobretudo em tão propalada época de «crise de ideologias»), é o eterno e espontâneo paternalismo socialista - eles simplesmente não aceitam a liberdade de escolha dos outros. Serão os "reprováveis desperdícios" dirigidos aos que enchiam piscinas em tempo de incêndios e falta de água? Ou aos lucros "imorais" da banca?
A esquerda portuguesa não tem emenda. Ainda bem. Ainda bem? Ainda mal. Era preciso que houvesse alguma maturidade no discurso e no debate, que não se vislumbra em qualquer dos espectros. [Vejam a BBC, e notem a qualidade, profundida, elevação, e humor do debate político.] A direita também sobre dum mal, que é ser demasiado «contra-esquerda», com pouca capacidade de afirmação própria para além de alguns conservadorismos naturais às suas origens. A insurgência de direita é frequentemente menos argumentativa que personalizada, bastando que os adversários sejam a favor de medida A ou B para que se discordo dela. Demasiada reacção, quando se pediria reflexão. É uma pena, porque acabam uns e outros por ficar bastante enlameados. E de chafurdanços permanentes nunca surgirá muita luz.
«A moralidade mais elementar, e os sentimentos de justiça, continuarão gravemente dimuinuídos enquanto for possível exibir altos padrões de vida, luxos, e até reprováveis desperdícios, e ao mesmo tempo apresentar declarações fiscais de indigência, e isto anos a fio, na mais completa e alardeada impunidade, para escândalo e vergonha de todos nós cidadãos.»
Eu concordo, no "plano dos princípios", e como medida «extraordinária» e temporária, com a inversão do ónus da prova nos caso de existência de sinais de riqueza suficientemente distantes do que se adivinharia ao ler as declarações fiscais. No plano prático, há que ter em atenção os problemas do nosso sistema judicial, como refere Helena Garrido. Mas o que acho realmente giro no discurso de Sampaio (sobretudo em tão propalada época de «crise de ideologias»), é o eterno e espontâneo paternalismo socialista - eles simplesmente não aceitam a liberdade de escolha dos outros. Serão os "reprováveis desperdícios" dirigidos aos que enchiam piscinas em tempo de incêndios e falta de água? Ou aos lucros "imorais" da banca?
A esquerda portuguesa não tem emenda. Ainda bem. Ainda bem? Ainda mal. Era preciso que houvesse alguma maturidade no discurso e no debate, que não se vislumbra em qualquer dos espectros. [Vejam a BBC, e notem a qualidade, profundida, elevação, e humor do debate político.] A direita também sobre dum mal, que é ser demasiado «contra-esquerda», com pouca capacidade de afirmação própria para além de alguns conservadorismos naturais às suas origens. A insurgência de direita é frequentemente menos argumentativa que personalizada, bastando que os adversários sejam a favor de medida A ou B para que se discordo dela. Demasiada reacção, quando se pediria reflexão. É uma pena, porque acabam uns e outros por ficar bastante enlameados. E de chafurdanços permanentes nunca surgirá muita luz.
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