A Arte e o Outro (4)
«Toda a arte é expressão de qualquer fenómeno psíquico. A arte, portanto, consiste na adequação, tão exacta quanto caiba na competência artística do fautor, da expressão à cousa que quer exprimir. De onde se deduz que todos os estilos são admissíveis, e que não há estilo simples nem complexo, nem estilo estranho nem vulgar. Há ideias vulgares e ideias elevadas, há sensações simples e sensações complexas; e há criaturas que só têm ideias vulgares, e criaturas que muitas vezes têm ideias elevadas. Conforme a ideia, o estilo, a expressão. Não há para a arte critério exterior. O fim da arte não é ser compreensível, porque a arte não é a propaganda política ou imoral.» [Fernando Pessoa]
posted by T. M. at
9:02 da tarde
3 Comments:
«Toda a arte é expressão de qualquer fenómeno psíquico.» não poderia estar em maior desacordo! A arte é também organica, algo retirado do corpo, que não tem de passar pela psique. a arte não tem de ser feita de forma racional. o corpo tem uma memória e uma inteligencia muito própria. mas obviamente que FP sempo escritor talvez isso lhe passasse um pouco ao lado, ou talvez não estivesse atento as sinais que e seu corpo lhe ia dando enquanto criava "arte".
«Não há para a arte critério exterior» a arte só existe porque existe o outro [o tal critério exterior]; «O fim da arte não é ser compreensível» neste caso a arte é terapeutica, ora a arte nunca poderá ser terapia!! a terapia é um meio, a arte é um fim
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aL, at 9:50 da tarde
Nao acho que tenha que ser racional... psique nao envolve necessariamente algo e racional nem seuqer de consciente, apenas um "estado de alma"... e' assim que interpreto a frase, mas percebo e respeito (claro) a tua interpretacao. Nao tem de "passar pela" (Psique) de facto. Mas ela esta' la, sempre. Logo, podes dizer que isto nao acrescenta nada. I guess I would agree.
A arte nao existe "porque" existe o outro, no sentido que nao e' essa a "origem" ou a "justificacao" da arte. Quando muito, o outro da um "sentido" 'a arte enquanto arte e nao apenas enquanto fenomeno de expressividade pessoal. Ou seja, talvez possamos apenas falar de "arte" se houver um outro, para alem do criador.
Haveria arte se um tipo pintasse numa ilha deserta? Talvez.
Mas so' lhe chamariamos arte depois de a descobrirmos... ele sozinho talvez nao lhe chamasse isso...
Mas a origem nao pode ser o outro, tem que ser interior, ai discordo contigo... e e' por isso que o "fim" da arte nao 'e ser compreendivel (ainda que o seja) mas sim expressar o eu de forma mais integra e espontanea pssivel (clro que o "eu" e' influcenciado pelo exterior, etc, mas nao deixa de ser "eu").
Nao e' por nao ser para o outro que passa a ser "terapeutica", a nao ser que definas o terapeutica nesse sentido :)
Pode ser, por exemplo, masoiquista. A terapia e' em geral um meio, mas pode tambem ser um fim, pensa la nisos.... a arte tem, que ser um fim, isso concordo... mas nao dependente (na sua feitura, ainda que na sia interpretacao) do outro...
(i'm a bit drunkm, though so don't get me too serious...) :)
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Tiago Mendes, at 10:02 da tarde
1. , 2. , 3. , 4. , concordo
tiago, eu nunca disse que o o "outro" era a origem da Arte. o "outro" pode ser motor do acto criativo! atenção o acto criativo é diferente de arte!!!
e em situação alguma o criador deixa de ter o outro em consideração, mesmo que inconscientemente. ou seja quer para "agradar" quer para "irritar" o criador tem SEMPRE o outro em consideração, e o outro é SEMPRE um factor mais ou menos determinante da obra do crador!!!!
quando a obra é meramene "interior" [eu nao acho que isto exista, mas pronto, para rebater argumento tenho de ir por aí] aquilo que o criador faz é apenas "exorcismo" das suas neuroses!!! e isso para mim é terapia, eu não compro isso enquanto arte, não me interessa enquanto objecto artístico!!
a terapia enquano fim??? não percebo...
(passei a tarde de hoje em processo criativo, portanto estou a levar isto a sério ;) )
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aL, at 10:57 da tarde
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