Recordando Voltaire*
«Le droit de dire et d’imprimer ce que nous pensons est le droit de tout homme libre, dont on ne saurait le priver sans exercer la tyrannie la plus odieuse. Ce privilège nous est aussi essentiel que celui de nommer nos auditeurs et nos syndics, d’imposer des tributs, de décider de la guerre et de la paix ; et il serait déplaisant que ceux en qui réside la souveraineté ne pussent pas dire leur avis par écrit.»
«Soutenons la liberté de la presse, c’est la base de toutes les autres libertés, c’est par là qu’on s’éclaire mutuellement. Chaque citoyen peut parler par écrit à la nation, et chaque lecteur examine à loisir, et sans passion, ce que ce compatriote lui dit par la voie de la presse. Nos cercles peuvent quelquefois être tumultueux : ce n’est que dans le recueillement du cabinet qu’on peut bien juger. C’est par là que la nation anglaise est devenue une nation véritablement libre. Elle ne le serait pas si elle n’était pas éclairée ; et elle ne serait point éclairée, si chaque citoyen n’avait pas chez elle le droit d’imprimer ce qu’il veut.»
Nota: a frase atribuída a Voltaire «I disapprove of what you say, but I will defend to the death your right to say it.» de facto não aparece em nenhum dos seus escritos, mas sim na obra The Friends of Voltaire (1906). Escusado será dizer que faz juz ao autor, mas, ainda assim, devemos ser precisos com a verdade histórica e aforística. Vejam aqui.
*obrigado ao Lutz pelo reparo que fez nos comentários. De facto, a interpretação do texto de Fernanda Câncio que ele propôs parece-me correcta após segunda leitura. Assim, e extraordinariamente, fica o post corrigido, com as palavras sempre oportunas de Voltaire.
8 Comments:
Olha, num desses "zappings" que se faz quando se procura um programa para ver, ficou-me registada uma imagem que passava numa série qualquer cujo nome ignoro . Dizia um homem com tipo árabe dizia qualquer coisa sobre o crescente ódio do Ocidente em relação ao Islão, a perseguição moral, política, o preconceito etc. E os outros intervenientes replicaram que não era nada de tão pessoal assim, mas que se não era verdade que todos os muçulmanos são terroristas, também não se pode ignorar o facto de que o terrorismo da moda é maioritariamente e cada vez mais perpetuado por muçulmanos . E passando à SIC notícias lá estavam imagens de centenas, talvez de milhares de pessoas num acesso tresloucado de histeria colectiva por causa de uns desenhos, que no fundo não são mais do que isto: desenhos. Só a ideia de que um desses cartoonistas, ou qualquer dinamarquês transeunte, seria rapidamente linchado, apedrejado até á morte (sei lá!) por essa gente faz-me pensar duas vezes sobre se devo tolerar essa espécie de cultura, ou se pelo contrário devo repensar o politicamente correcto e decidir que há coisas que pura e simplesmente deviam ser extintas . Ódio puxa ódio, para chamar as coisas pelo seu nome, mas não sei se daria a outra face perante a perspectiva de me vergar à cultura desses outros em particular, porque tudo isto me parece muito mais do que um protesto, é uma ameaça e ainda por cima massiva, porque nada é mais perigoso do que a turba (ignorante e faminta de tudo) enfurecida . Nem sequer quer dizer que não haja uma fonte externa a acirrar os problemas com o Médio Oriente, mas não deixa de ser evidente para mim, que na revolta, um protesto é uma coisa, uma ameaça é outra. E não gosto de me sentir ameaçada, sobretudo por radicais islâmicos, porque sou europeia, e além disso gosto muito de ser 1)mulher, 2)esclarecida e 3)cidadã livre. Faço gala disso e não respeito quem vive segundo leis que limitam direitos básicos quanto a estes três aspectos . Quanto mais baixar a cabeça e condenar a liberdade de expressão . Se isso significa que sou preconceituosa e intolerante, pois então assumo: sou .
By Ginja, at 8:32 da tarde
Estou quse certo que há uma gralha no texto da Fernanda Câncio. Ou falta o ponto de interrogação no fim da frase, o que acho mais provável, ou o não está a mais. A frase segunte leva-me a crer isso.
By lb, at 8:45 da tarde
OBrigado pelo reparo, caro Lutz. Após segunda leitura, não posso deixar de concordar. Acabei de "acutalizar" o post.
By Tiago Mendes, at 9:03 da tarde
Ginja:
Coisa estranha: recebi o teu comentário no email mas não no blog-moderate-comments. Deixo-o aqui, mas com problemas de leitura devido ao sistema ingles. Se quiseres rever e publicar como texto teu, seria óptimo. Só provavelmente amanhã, que saio agora.
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Olha, num
desses "zappings" que se faz quando se procura um programa para ver, ficou-me
registada uma imagem que passava numa série qualquer cujo nome ignoro . Dizia
um homem com tipo árabe dizia qualquer coisa sobre o crescente ódio do
Ocidente em relação ao Islão, a perseguição moral, polÃtica, o
preconceito etc. E os outros intervenientes replicaram que não era nada de
tão pessoal assim, mas que se não era verdade que todos os muçulmanos são
terroristas, também não se pode ignorar o facto de que o terrorismo da moda
é maioritariamente e cada vez mais perpetuado por muçulmanos . E passando Ã
SIC notÃcias lá estavam imagens de centenas, talvez de milhares de pessoas
num acesso tresloucado de histeria colectiva por causa de uns desenhos, que no
fundo não são mais do que isto: desenhos. Só a ideia de que um desses
cartoonistas, ou qualquer dinamarquês transeunte, seria rapidamente
linchado, apedrejado até á morte (sei lá!) por essa gente faz-me pensar duas
vezes sobre se devo tolerar essa espécie de cultura, ou se pelo contrário
devo repensar o politicamente correcto e decidir que há coisas que pura e
simplesmente deviam ser extintas . Ódio puxa ódio, para chamar as coisas pelo
seu nome, mas não sei se daria a outra face perante a perspectiva de me vergar
à cultura desses outros em particular, porque tudo isto me parece muito mais
do que um protesto, é uma ameaça e ainda por cima massiva, porque nada é
mais perigoso do que a turba (ignorante e faminta de tudo) enfurecida . Nem
sequer quer dizer que não haja uma fonte externa a acirrar os problemas com o
Médio Oriente, mas não deixa de ser evidente para mim, que na revolta, um
protesto é uma coisa, uma ameaça é outra. E não gosto de me sentir
ameaçada, sobretudo por radicais islâmicos, porque sou europeia, e além
disso gosto muito de ser 1)mulher, 2)esclarecida e 3)cidadã livre. Faço gala
disso e não respeito quem vive segundo leis que limitam direitos básicos
quanto a estes três aspectos . Quanto mais baixar a cabeça e condenar a
liberdade de expressão . Se isso significa que sou preconceituosa e
intolerante, pois então assumo: sou.
By Tiago Mendes, at 9:12 da tarde
Quer dizer, só o poderei "aprovar" amanhã.
By Tiago Mendes, at 9:13 da tarde
Ginja: só agora apareceu o teu comentário... coisa estranha esta, hein? Mas a data é anterior e tudo! Deve ser um censor-blogger que anda por aí ;)
By Tiago Mendes, at 9:41 da tarde
Esquisito realmente, mas agora aí está. Vim cá porque sabia que não ias deixar de escrever sobre o fenómeno dos cartoons, e tb na expectativa de encontrar aqui os saudáveis comentários dos teus leitores . Confesso que a questão não me passa ao lado e sei que o Aforismos é sempre um bom sítio para aclarar ideias . Cá espero os comentários "in-fiéis" e outros .
By Ginja, at 11:03 da tarde
Cara Ginja: de facto não pretendia nem pretendo falar sobre os cartoons - sabática a quanto obrigas. Este post foi um "desvio" provocado por uma reacção à flor da pele que afinal nem sequer era justificada. Só fiquei deixar o post porque acho mal apagar posts, e porque as frases de Voltaire são sempre sábias. Mas, de facto, não vou dizer mais nada sobre o assunto por aqui. Obrigado pelo comentário simpático.
By Tiago Mendes, at 4:26 da manhã
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