SI DA e Economia
Tema sério. Tema polémico. Onde as escolhas e os incentivos têm um papel preponderante numa análise que se quer positiva, evitando paternalismos. Sobre isto versa a crónica de hoje no Diário Económico, também disponível nos aponTaMentos.
13 Comments:
lido e linkado carissimo. Acho que deves flexibilizar o teu anti-paternalismo :)
By Joao Galamba, at 3:38 da tarde
Eu, que pouco percebo, gostei bastante, o que talvez queira dizer que gostei sobretudo da conclusão.
Num outro blogue, ando a discutir, muito leigamente, a comparticipação dos medicamentos pelo Estado. Seria muito interessante conhecer a tua opinião.
By inês s., at 4:17 da tarde
Há quem não ligue e depois........
O teu post está no Plagiadíssimo.
By Anónimo, at 4:18 da tarde
Ah, porque venho defendendo que o Estado não deve comparticipar indiferenciadamente os medicamentos.
O blogue é o Conta Natura (contanatura.weblog.com.pt) e o RPA é médico e creio que também faz (ou fez) investigação. Dá aulas, pelo menos.
By inês s., at 4:20 da tarde
Caro Tiago
So dois pontos:
- o seu artigo da a ideia que perante uma externalidade o Estado tem de intervir; esta nao e uma posicao incontroversa, pelo que me parece que a assertividade e excessiva neste ponto;
- ainda que achasse que o Estado tem de intervir, poderia ter clarificado no seu artigo a possibilidade de ele o fazer ao nivel de outros factores que determinem as preferencias (exemplo: busca de "status").
Ana
By Anónimo, at 4:29 da tarde
Em falta no post Sida e Economia:
Uma questão ainda mais importante é avaliar para os diferentes grupos (com diferentes graus de risco) qual a elasticidade da procura de preservativos face ao preço.
A meu ver (e por experiência de vida) ninguem FODE ou deixa de FODER (podes sensurar à vontade) por não querer gastar mais ou menos dinheiro em preservativos (isso é pura imaginação). E até desculpar essa não utilização por falta de informação é distorcer (a meu ver) a realidade.
Não se trata de informação, mas sim de instrução/educação. Trata-se de fazer o individuo perceber qual o custo de oportunidade entre não ficar infectado e dispender Unidades Monetárias que cobram o risco de infecção vs o prazer físico a mais que teria não utilizando preservativo e aumentando a probabilidade de infecção (unidades de prazer carnal vs risco de infecção).
À semelhança de uma empresa, os custos deverão ser imputados sempre aos respectivos centros de responsabilidade (o individuo).
Por mais liberal que essa ideia possa parecer o que sempre me irritou é esta ideia de vitimização constante das pessoas. A liberdade tem um preço - que é a ignorância. A verdadeira liberdade vem do conhecimento.
Parece-me que estamos demasiado habituados/dependentes do paternalismo estatal como forma de nos desresponsabilizarmo-nos pelos nossos actos.
Abraços,
By Anónimo, at 4:32 da tarde
Mas a questão é que a decisão do Rodrigo se usa ou não preservativo com a Marianaa, hoje, afecta, não apenas o Rodrigo, mas também pode afectar a Isabel, se ele ter relações com ela daqui a 2 meses.
By Miguel Madeira, at 4:50 da tarde
Dei uma resposta mais completa no meu blog ao teu artigo, mas transcrevo aqui as ideias principais:
Primeiro, faz-me confusão a palavra economia no meio de tudo isto.
Segundo, o artigo apenas refere a relação entre o preservativo e a SIDA. Esta é provavelmente a doença mais mediática, mas este meio é eficaz na prevenção de várias doenças infecciosas e em alguns tipos de neoplasias. Assim, esta avaliação do preservativo tendo apenas como base a SIDA, torna o artigo um pouco redutor na minha opinião.
Terceiro, é um dever do Estado zelar pela saúde dos seus cidadãos e mantê-los informados de todas os factos que estejam relacionados com casos de saúde pública. Este é um desses casos. A profilaxia envolve as duas vertentes, de informação e de meios técnicos. O que se põe em causa no artigo é a relação, ou melhor o favorecimento de um em detrimento de outro.
Sinceramente não compreendo a tua argumentação. De que maneira o subsíduo à venda de preservativos ou de qualquer outro método profilático, pode interferir na esfera privada do cidadão, colocando em causa o respeito pelo indivivíduo?
Nota: Não quero passar a ideia de que a informação deverá ser colocada de parte, em detrimento de este ou outros subsíduos. Longe disso. Acho até que existe uma carência de informação na área.
Abraço
By Bruno Gouveia Gonçalves, at 7:47 da tarde
Lanço aqui um desafio ao Tiago Mendes, porque teria muito gosto e interesse em ler um seu eventual comentário ao paper "The economics of family planning and underage conceptions", do economista inglês David Paton. Eu li em papel, e está disponível em vários sites da Internet, embora não tenha conseguido arranjar um link directo... se calhar é preciso registar-se.
Tem interesse porque usa lógica económica para estudar um problema ligado com o comportamento sexual.
A meu ver, tem ainda muito mais interesse porque, ao contrário de muito do que se afirma nestes posts e comentários, mostra como mais preservativo muitas vezes traz apenas mais gravidez adolescente, mais aborto, mais SIDA, mais doenças.
Tudo porque (e esta parte já é minha, não do Paton, que é um cientista sério...:-) ) as pessoas andam todas enganadas com o que costumo chamar (desculpem-me) o "síndrome do montadismo": começamos a discutir o assunto quando "alguém já está montado em cima de alguém". E aí o preservativo parece ser sempre fantástico, especialmente se já anda aí um epidemia de doenças.
Só que a história não começa aí. E toda a nossa mensagem "informativa" é "força, não te detenhas, lança-te para a frente,
não há problema DESDE QUE uses um preservativo". Menos responsabilidade, mais sexo, mais promiscuidade. O que estamos a dizer às pessoas é "com preservativo há menos risco". E isso aumenta o número dos que arriscam relações sexuais que, por imensos motivos, poderiam não ter.
Vamos "desmontar" e pensar direito? Ou a política de saúde faz-se de cabeça quente? Anda gente a morrer da ineficácia destas políticas...
By Anónimo, at 1:49 da tarde
Pedro, já "detectei" o paper e vou ver se o leio nas férias. Aquilo que diz é verdade e os economistas dão-lhe o nome de "efeito substituição". É um pouco como os cintos de segurança: eles diminuem a probabilidade de morte EM CASO de acidente, mas fazem aumentar o número de acidentes, porque o acidente se torna "relativamente mais barato". Tal como com o preservativo, porque uma relaçaõ com presevativo envolve mesnos riscos, logo, vai haver MAIS relaçoes ("na margem", conceito chave para economistas).
Contudo, a conclusão final não é licita, mas deixo isso para depois. Mas o ponto do "montadismo" é correcto, e é o mesmo que acontece com os cintos de segurança - não se pode dar o NUMERO DE ACIDENTES (ou RELACOES SEXUAIS) como cosntatne, porque ele vai alterar-se, cem reação aos novos INCENTIVOS (cinto ou preservativo).
Como a partir de Janeiro não conto escrever durante longo tempo no blog, pode enviar-me um email para me relembrar o tema caso eu não o aborde.
By Tiago Mendes, at 2:12 da tarde
Li o artigo na totalidade, e tentei ler todos os comentários feitos aos mesmo. Na esperança de ter entendido correctamente a ideia que apresentou, deixo apenas uma pergunta: porque é que levantou a questão de o Estado subsidiar os preservativos se eles estão disponíveis, em Portugal, a custo zero em qualquer Centro de Saúde? Parece-me que ninguém falou deste facto.
By Anónimo, at 1:18 da tarde
Agradeço a atenção e o esclarecimento dos termos económicos, que não domino...
Conseguiste [proponho, e adianto-me a usar, o tratamento por tu] um link para o artigo completo? Eu só encontrei em sites que pediam registo... mas se calhar tu tens acesso a esses "bancos" de papers de Economia. Gostava de ficar com uma cópia digital, e seria útil para se outros leitores desta caixa de comentários estivessem interessados...
By Anónimo, at 2:16 da tarde
Insueto: para entender a questão "teórica" que está em causa independentemente das políticas quejá estejam em prática.
Pedro: se quiseres o paper, envia-me um mail em Janeiro. Agora nao tenho tempo para essas leituras, mas eventualmente fá-las-ei em janeiro.
By Tiago Mendes, at 10:39 da tarde
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