aforismos e afins

18 dezembro 2005

Silogismo nº 3

Vale a pena ler os comentários do Luís Pedro a este post.
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Ultrapassando a dificuldade que está inerente à definição de «escolha» no Silogismo nº 1, o Luís propôs no Rabbit's Blog um outro silogismo que permite, partindo duma premissa liberal, extrair a mesma conclusão. Sendo menos abrangente, porque não aborda a questão da escolha, é também mais eficaz. Ei-lo:
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Premissa 1 (princípio liberal)
Todo o acto que não prejudique terceiros e seja benefício dos partipantes é moralmente inatacável.
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Premissa 2 (facto/evidência)
Um acto homossexual consentido não prejudica terceiros e beneficia os participantes.
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Conclusão (corolário liberal)
Um acto homossexual é moralmente inatacável.

6 Comments:

  • O dois contem uma interpretacao liberal sobre o que constitui "prejudica".

    Mas se o silogismo for apenas para liberais, entao parece-me inquestionavel (repara que o que escrevi nao depende de 1, mas de 2)

    By Blogger Joao Galamba, at 1:28 da tarde  

  • Ok... eu julguei que a premissa 2 seria inquestinável, mas precebo o teu ponto. De qualquer modo, o silogismo é para liberais, nem mais. Foi esse o intuito desde o início - tentar "balizar" aquilo que umliberal podia dizer ou não sem deixar de ser coerente. Claro que houve muito quem não entendesse isto e achasse que eu estava a ser intolerante, e a querer impor restrições ao lisberalismo de alguns, etc. A conversa do costume.

    By Blogger Tiago Mendes, at 7:39 da tarde  

  • E se os liberais recusarem a premissa 1? Por exemplo, já li vários posts/comentários do meu homónimo do Insurgente dizendo que "os actos imorais só devem ser legalmente punidos se prejudicarem os direitos de terceiros". Logo, implicitamente, ele está dizendo que há "actos imorais" que não prejudicam "direitos de terceiros" (que serão os tais que não devem ser punidos por lei)

    By Blogger Miguel Madeira, at 8:11 da tarde  

  • Há vários liberais que defendem que de facto a única coisa que conta é a LEI não proibir actos que náo prejudiquem terceiros. Eu acho muito difícil alguém se dizer liberal APENAS achando isto mas não sentindo isto verdadeiramente para si próprio. É a velha história do público/privado e da EXCLUSIVA negatividade de certas concepções liberais. Eu aqui gosto de Mill. Mas há quem ache que Mill não era liberal...

    By Blogger Tiago Mendes, at 8:21 da tarde  

  • Desviando para a conversa da moral pública/moral privada, temos esta citação

    For the record we think prostitution should be legal [...] Whether, prostitution is a moral or not is another issue.

    tirada daqui que mostra uma separação forte público/privado em que a moralidade é indiferente à legalidade. Eu acho que deve existir esta separação e que a maneira de pensar deve ser diferente nos diferentes níveis de relacionamento (privado/social/público) e que muitas vezes é a confusão entre estes níveis que leva a problemas.

    No entanto, também sou liberal no plano social e uma visão que se limite a analizar o papel do estado é decerto útil, mas incompleta. É importante tirar o Estado do caminho, sim, mas é importante continuar a discussão a seguir, no plano social.

    No geral, eu prefiro outra visão que é:

    Sê liberal no que aceitas dos outros e conservador no que fazes.

    (aliás, acho que vou escrever um post com esta citação).

    By Anonymous Anónimo, at 10:43 da manhã  

  • Até um acto individual que não prejudica terceiros pode ser moralmente pecaminoso. Por exemplo a cobiça com o olhar.

    By Blogger Jorge Oliveira, at 5:54 da tarde  

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