aforismos e afins

16 março 2006

Missa de 7º dia

Este blogue acaba aqui. Os comentários antigos voltam a estar acessíveis, para efeitos de consulta e afins. No template do costume. A todos os que por cá passaram, muito obrigado. Até à próxima.

Tiago Mendes

T. M.

So long, baby.

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So long, mate.

«A vida é a hesitação entre uma exclamação e uma interrogação. Na dúvida, há um ponto final.»

[Bernardo Soares / Fernando Pessoa]

So long, T. M.

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09 março 2006

Sem horror ao vazio

A blogosfera anda repetitiva, belicosa e enfastiante. Altura ideal para mudar de template, rebentando conscientemente com o site meter e os links, fechar os comentários, e dizer: olhem, enfim, até um dia.

08 março 2006

Deficiências

Artigo de hoje no Diário Económico, arquivado aqui.

07 março 2006

Quiz fracturante (e fictício)

1. Pode um líder de um partido socialista ter 500 mil contos investidos em acções, com uma postura especulativa? E de longo prazo?

2. Pode um líder de um partido conservador ser homossexual*? De forma assumida? E pode ter orgulho nisso?

3. Pode um líder dum partido liberal desejar proibir que se façam as perguntas 1. e 2. no espaço público? E discordar dessa escolha?

Enfim, pode um político pregar uma coisa e ter uma conduta que contradiga claramente isso? Não pretendo elaborar teorias. As perguntas valem o que valem, e respostas simples de sim / não às (no total) sete perguntas mais uns pozinhos são bem-vindas. O "pode", claro, é normativo, não positivo. Só para os mais distraídos.

*ou, numa versão mais restrita ainda - à la Miguel Sousa Tavares - não ser um heterossexual em 'full-time'. E, notem bem, este 'full-time' permite, em termos lógicos, pausas entre os períodos de actividade febril, seja por escolha, inspiração divina à la César das Neves ou Carlos Espada, ou ainda pelo tão famoso quanto desditoso "síndrome de Pedro Mexia". Ou seja, é um 'full-time' fundacional, ainda que não concretizado.

Blogue recomendado

[Da série Age segundo uma máxima tal que desejes que ela se torne lei universal]

O Rabbit's Blog, do Luís Pedro Coelho. Ali há análise e reflexão de qualidade e - coisa rara - descomprometida, sem a mítica "agenda" tão apreciada pelos "tribalistas" da blogosfera lusa. Um espaço que merecia umas boas centenas de visitas diárias, é o que é.

Quiz 8 - resposta

A resposta ao Quiz 8 dada pelo LA-C (com pequena edição minha):

Comecemos pelo que sabemos: P é primo maior que 3. Queremos provar que (P^2 - 1) é divisível por 12. Para tal basta provar que é divisível por 4 e também por 3. Começo por notar duas coisas:

1) P tem de ser um número ímpar (caso contrário seria divisível por 2);

2) (P - 1) (P + 1) = P^2 + P - P - 1 = P^2 - 1;

a) Se P é ímpar, (P - 1) e (P + 1) são ambos números pares. Assim, (P^2 - 1) = (P - 1) (P + 1) é igual ao produto de dois números pares (ambos divisíveis por 2), logo, tem de ser divisível por (2 x 2) = 4;

b) Basta agora provar que (P^2 - 1) é divisível por 3. Sabemos que em três números inteiros consecutivos (positivos), um deles terá de ser divisível por 3. Como P não é divisível por três (pois é primo), obrigatoriamente ou (P - 1) ou (P + 1) tem de ser um múltiplo de 3, pelo que (P - 1) (P + 1) é divisível por 3;

c) Juntando a) e b) temos o resultado pretendido.

Quiz 7 - resposta

A resposta ao Quiz 7 dada pelo Miguel Madeira:

1- "Não sei; Não sei; Não sei";

2- "Não sei; Vermelho; Vermelho";

3- A diferença é porque a B já sabe que a A não soube qual a cor do seu chapéu. Ora, se o chapéu da B não fosse vermelho, a A (vendo que o chapéu da C também era vermelho) iria concluir que o seu chapéu era vermelho (para haver pelo menos 2 vermelhos). Logo, se a A não chegou a essa conclusão, quer dizer que o da B era vermelho; o mesmo se aplica à C.

Comentário meu adicional: a diferença crítica é que o anúncio público duma informação que cada uma delas individualmente possuía altera a natureza do problema. É o facto de a informação de que "existem pelo menos dois chapéus vermelhos" se tornar, não apenas conhecimento individual, mas também "conhecimento comum", que faz com que as respostas sejam diferentes, porque a segunda rapariga vai poder extrapolar conclusões daquilo que a primeira tenha, ou não, dito. A noção de "conhecimento comum" é, de resto, uma pedra basilar da análise económica, em particular da Teoria dos Jogos.

Vejam, por exemplo, isto ou isto. E também o vídeo disponível aqui.

06 março 2006

Sósias

[So they say...]. Ontem "ganhei" este. Mas prefiro os outros dois.

O rescaldo silencioso

A surpreendente vitória de «Crash» sobre «Brokeback Mountain» deixou, certamente com pena, a malta do costume muda e calada. Mas podem sempre voltar a malhar, por exemplo, no Nobel atribuído a Pinter. Deixar os impulsos anti-lobbies a recalcar é que é pouco saudável. A catarse faz bem, rapaziada. F(r)acturem, vá.

António Manuel Pinto Barbosa

04 março 2006

Correcção

O artigo de Carlos Marques de Almeida que originou uma interessante correspondência era o de 14 de Fevereiro, «A educação sentimental». Vale a pena lê-lo com atenção e depois revisitar o post.

O «P R R»

Convém também averiguar se esse desemprego de recursos é, ou não, meramente friccional. Uma espécie de «período refractário relacional».

03 março 2006

Aviso

Está dada a resposta ao post polémico sobre o artigo de JAD.

Correspondência liberal

A propósito do penúltimo artigo de Carlos Marques de Almeida, gerou-se uma troca de ideias que (autorizado) julgo valer a pena partilhar (omito as formalidades, para atentarmos à substância):

TM: Na passagem,

"A Direita sorri complacente perante todo e qualquer esquema orientado para o progresso da Humanidade. Pelo simples facto de que o progresso é uma estranha ilusão que vicia todas as mentes, a Direita julga-se pois dispensada das incomodidades do mundo. Tanto à Esquerda como à Direita, a irracionalidade é o mais óbvio convite ao desastre.",

é impressão minha, ou vejo aqui uma crítica a um certo conservadorismo (porque) eivado da "apatia" referida? Foi assim que interpretei o texto, e, se é isso, concordo. De resto, não me consigo identificar como conservador "tout court" exactamente por não partilhar essa visão demasiado "passiva" (a palavra não é a melhor, bem sei) perante o mundo. Estando correcta a minha interpretação, confesso-me relativamente surpreso, dado esperar ler nesta coluna algo muito próximo dum conservadorismo clássico... tipicamente Oakeshottiano. Ou será que interpreto abusivamente?

CMA: A direita portuguesa confunde-se mais com um tique ou uma pose do que verdadeiramente com um posicionamento político. Age-se de determinado modo porque se pensa que, agindo assim, se estará a agir "à direita". Profundo engano e triste espectáculo. A direita portuguesa desconhe o significado da palavra "liberal". E esse pormenor "speaks volumes".

Infelizmente, a direita portuguesa - aliás tal como a esquerda -, são radicalmente ineducáveis. Portanto são incapazes de entender a ironia e o sarcasmo.

O vício do conservadorismo é precisamente esse resvalar para a apatia, essa ilusão de que os arranjos políticos do passado são perfeitos porque suportaram o teste do tempo e da história. Ilusão fatal. Não existe nunca a possibilidade de um regresso ao passado. Não existe nunca uma ordem política ou social permanente.

O conservadorismo deve ser entendido como uma atitude particular em relação à mudança. Uma atitude que pretende controlar a mudança, aceitando-a como uma facto natural. Relembro a propósito Edmund Burke (cito de memória) - Um estado que não tem os meios para a renovação, não possui os meios para a respectiva preservação.

Quanto a Oakeshott. Oakeshott era um céptico. E um céptico quer em relação às lições da história, quer em relação à infinita felicidade de um estado perfeito e utópico algures num futuro longínquo. E era em muitos aspectos um típico liberal clássico. O difícil equilíbrio estará precisamente em dosear um certo olhar liberal como uma particular visão conservadora. É no equilíbrio que reside, pois, toda a arte.

TM: Esclarecido, então. E de acordo, quer com a brilhante leitura sobre a direita portuguesa, quer acerca desse (difícil) equilíbrio.

Agora ando com um isqueiro no bolso

Primeiro irritamo-nos, depois entendemos. À segunda chave partida, percebi que o problema não estava no cadeado da bicicleta. Padrões. E conclusões: se é certo que a força é muita, o frio é que alavanca; fazendo frio, aqueça-se a chave. E a fechadura - derretida - agradece.

A casa recomenda

Que acompanhem as colunas semanais de FCG n'O Insurgente:

«O homem que era quinta-feira» - vejam a segunda e a inaugural.

Estes e outros escritos do autor estão no The Guest of Time.

Primeiro o bolo, depois a cereja

«O cérebro pode ser, com certeza, erógeno, como a cereja no bolo, mas é preciso haver bolo. Uma pessoa inteligente pode ser sexy, mas convém que tenha uma mínima base mais material. Pergunto às leitoras que sugerem que o cérebro é o que mais importa: as meninas iriam para a cama com o Stephen Hawking? Bem me parecia.»

02 março 2006

Aplaudo

O melhor artigo que já li de Joana Amaral Dias.

Quiz 9.6 (pausa para quasi-vénia)

Haverá algum quiz que o Miguel Madeira não consiga resolver?

Quiz 9.3 (pausa para quasi-humor)

Quem adivinha o "comentário anterior" do LA-C mencionado aqui?

Quiz 9

Existirá no xadrez uma estratégia vencedora* para o jogador que abre o jogo? E uma estratégia de empate? Explique a(s) resposta(s).

*uma estratégia vencedora (estratégia de empate) será um conjunto (exaustivo) de respostas (ou reacções) tal que, qualquer que seja a movimentação escolhida pelo oponente, em qualquer momento do jogo, e qualquer que seja a história do jogo até esse momento, haverá sempre uma resposta (proveniente desse tal conjunto de regras, ou estratégia) que garanta a vitória (o empate) ao jogador que abre o jogo (às "brancas").

Quiz 8

Demonstre que para qualquer número primo p maior que 3 se verifica que p ao quadrado é igual a um múltiplo de 12 mais uma unidade.

O LA-C, o Miguel Madeira, o João e o Pedro Romano (ajudado por familiares num animado serão) já acertaram - parabéns.

01 março 2006

«Como quem diz» (antevisão pour MEC)

Se um certo filme que tem dado muito que falar (com destaque para os casais em que o macho ultramontano vai fazendo por educar a sua bem comportadinha esposa, ainda que se censure ao ponto de não publicar qualquer post com o evidente Antes com uma ovelha do que com um homem!) ganha o Óscar de Melhor Filme, imagino a dor de cabeça de Miguel Esteves Cardoso ao tentar conciliar tanta sabedoria popular com o limite de caracteres imposto pelo Expresso.

São doze, os nomeados (they had to...):

1. Filho és, pai serás.
2. A ocasião faz o ladrão.
3. O ladrão volta sempre ao local do crime.
4. A noite é boa conselheira.
5. O fruto proibido é o mais apetecido.
6. O que tem de ser tem muita força.
7. Nas costas dos outros se vêm as nossas.
8. A desgraça não marca encontro.
9. Quem brinca com o fogo, queima-se.
10. Quem espera, desespera.
11. Mais vale tarde do que nunca.
12. A verdade vem sempre ao de cima.